Skip to main content

Novobanco, BPI, Santander e Montepio lucram mais de 600 milhões até março

Banca: Os resultados dos bancos portugueses continuam “fortes” no primeiro trimestre, devido ao aumento da margem financeira, a comissões mais elevadas e à melhoria do custo do risco.

A margem financeira atingiu o pico no quarto trimestre de 2023, mas nem por isso os bancos portugueses que apresentaram já as suas contas do 1º trimestre de 2024 sentiram qualquer impacto negativo nos resultados.

Os quatro bancos que apresentaram contas esta semana – Novobanco, Santander Totta, BPI e Banco Montepio reportaram lucros que no seu conjunto somam 628,2 milhões de euros. Isto somando os 180,7 milhões de euros de lucros do Novobanco, aos 294,4 milhões de euros de lucros do Santander Totta, aos 121 milhões de euros de lucros consolidados do BPI e aos 32,1 milhões do Banco Montepio.

Mas em bom rigor, uma vez que todos estes bancos são exclusivamente domésticos, no BPI devia ser apenas tido em conta, nesta soma, os lucros do banco em Portugal que foram de 112 milhões de euros.

Neste contexto os quatro bancos lucraram 619,2 milhões de euros no primeiro trimestre.

O Novobanco apresentou ontem as suas contas e os lucros do Novobanco cresceram 21,8% no primeiro trimestre até aos 180,7 milhões de euros.

A rentabilidade dos capitais próprios atingiu os 18,4%, sendo que em termos de RoTE (rentabilidade dos capitais próprios tangíveis) é de 17,3%.

O banco beneficiou do aumento das receitas com a margem financeira que subiram 21,4% para 299 milhões em resultado, por um lado, do ambiente favorável de taxas de juro e, por outro lado, da eficiente gestão das taxas de juro dos ativos e do custo de financiamento.

A margem financeira também ajudou os lucros domésticos do BPI que cresceram num ano 52%, assente no aumento dos proveitos core, com a margem financeira a crescer 19% para 245 milhões de euros.

No Santander Totta – que viu os lucros do primeiro trimestre subirem 58,4% – a margem financeira disparou num ano 64,4% para 440,6 milhões de euros.

Em termos de rentabilidade dos capitais próprios, o Santander leva vantagem sobre o concorrente BPI, ao reportar um ROE (Return on Equity) de 27,2%, acima do verificado no mesmo período do ano passado (19,7%).

Já no BPI, a rentabilidade em Portugal (medida pelo RoTE) fixou-se em 17,2%.

Por sua vez o Banco Montepio foi o único que viu os lucros caírem no trimestre face ao período homólogo. O banco liderado por Pedro Leitão fechou o primeiro trimestre com um resultado líquido consolidado de 32,1 milhões de euros, o que compara com 35,3 milhões no trimestre homólogo do ano anterior. Isto é, os lucros caíram 9,1%.

A rentabilidade do Banco Montepio fixou-se em 11,8%.

Também no Montepio a margem financeira cresceu num ano 9,9% para 99,2 milhões o que elevou o produto bancário para 121,4 milhões, traduzindo um crescimento de 7,1% num ano.

“Temos pela frente um ano desafiante, em que podemos antecipar uma normalização das taxas de juro do mercado e um alisamento da margem financeira”, reconheceu na apresentação de resultados o CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa. Uma opinião que tende a ser partilhada pelos restantes banqueiros.

O CEO do BPI também disse que não antevê que “possa haver sobressalto com a descida dos juros”. João Pedro Oliveira e Costa acredita que o BCE vai iniciar a descida dos juros em breve, o que terá um impacto positivo na economia, nas família e nas empresas.

A próxima reunião do BCE para decidir as taxas de juro vai ocorrer no próximo dia 6 de junho.

Com a inversão da curva dos juros à vista, os bancos realçam os baixos rácios de crédito malparado (NPL/NPE) e o baixo custo do risco de crédito.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico