Os problemas associados ao tempo de construção de uma habitação podem vir a ser reduzidos graças à utilização da tecnologia do aço leve galvanizado (LSF na sigla inglesa), que está a entrar no mercado português através da promotora Ownest. que já tem em comercialização o seu primeiro projeto construído através desta ferramenta.
O Fountain by Ownest, em Vialonga, é uma moradia composta por quatro pisos que representa um investimento próximo de um milhão de euros.
“Portugal sofre de um grave problema de déficit habitacional e o LSF vem corresponder a essas expectativas pela sua rapidez de implementação. Conseguimos encurtar em cerca de 50% do tempo face aquilo que é uma casa tradicional, que demora, normalmente, 12 a 18 meses, e com o LSF conseguimos responder entre seis e oito meses”, explica ao Jornal Económico (JE), Roberto Teixeira, CEO da Ownest.
Com uma duração de 100 anos, este material já é utilizado em mais de metade dos Estados Unidos, mas, na Europa, ainda tem de lidar com a questão cultural, apesar do CEO assumir que em Portugal começam a existir cada vez mais fornecedores, pelo facto de as construtoras estarem a implementá-lo nos seus empreendimentos.
Sobre o seu primeiro projeto, Roberto Teixeira revela que, embora já esteja no mercado, ainda não quer vender a moradia. “Queremos ter tudo direitinho nesta primeira fase e, depois de feita esta primeira prova do conceito, aí sim, dar ideias ao resto do projeto”, afirma ao JE.
Na calha estão já outros 11 lotes, seis dos quais já em loteamento, um em especialidades e três em processo de arquitetura, num investimento global próximo dos dois milhões de euros.
“O foco é, acabando este primeiro projeto, em setembro ou outubro, começarmos logo outros dois na mesma zona e depois irmos para o loteamento, que serão seis moradias térreas em São João da Talha”, refere o CEO, manifestando o desejo, enquanto madeirense, de conseguir implementar uma unidade numa região “onde a construção é muito demorada”.
Pelo facto deste primeiro projeto estar situado em Vialonga, Roberto Teixeira realça que tem notado um aumento da procura por parte de pessoas que têm apartamentos na zona do Parque das Nações e que agora procuram encontrar uma moradia a escassos minutos de Lisboa.
“Temos muitos jovens na casa dos 30 anos a procurar habitação, sobretudo portugueses”, realça.
Apesar desta ser uma construção diferente no mercado, não escapou aos problemas do licenciamento, tendo este projeto colidido com a transição do Simplex
“Colocámos o processo antes do Simplex, quando entrou o novo, e como cada câmara tem a sua maneira de trabalhar, uma não aceitou nada do que estava para trás e outra queria juntar os processos anteriores ao novo Simplex”, afirma, considerando que falta uma cultura de unificar os processos de norte a sul.
“Se queremos construir uma casa no Algarve, em Lisboa, no Porto, que seja da mesma maneira. A forma como o urbanismo trata os processos é diferente e isso atrasa-nos também”, conclui.
Promessa de aço para reduzir a metade tempo de construção
Promotora portuguesa acredita que o aço pode ajudar a resolver o problema da habitação, cortando custos. Está a comercializar o primeiro projeto, com um milhão de investimento.
