Resultados bons e sólidos”. É assim que o presidente-executivo da EDP – Energias de Portugal, Miguel Stilwell d’Andrade, classifica as contas do primeiro semestre do grupo, apresentadas esta semana.
O lucro da EDP caiu 7% no primeiro semestre deste ano, face a igual período de 2024, para 709 milhões de euros, mas a empresa portuguesa de energia reviu em alta as estimativas para o final do ano. Os resultados líquidos subjacentes subiram 27%, para 752 milhões de euros. Esta é uma métrica que as empresas utilizam para procurar melhor refletir a evolução do negócio e que exclui, neste caso, o impacto das operações de rotações de ativos. Os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, no acrónimo em inglês) recorrentes caíram 3%, para 2.598 milhões de euros, mas os subjacentes cresceram 7%.
No caso da EDP Renováveis (EDPR), o lucro caiu 56%, para 93 milhões de euros, impactado por itens não recorrentes e pela contabilização da rotação de ativos. Sem estes, o resultado líquido recorrente foi de 137 milhões de euros, ainda assim traduzindo uma quebra homóloga (face a igual período do ano anterior) de 35%.
Mas excluindo o contributo de ganhos com rotação de ativos no primeiro semestre de 2024, “o resultado líquido recorrente subjacente aumentou 80 milhões de euros em termos homólogos (triplicando face ao ano anterior)”, refletindo uma “melhoria significativa da rentabilidade da carteira de ativos em operação da EDPR, com um aumento dos níveis de produção de eletricidade, o aumento de eficiência operacional e a redução de alguns impactos negativos que impactaram os níveis de rentabilidade subjacente.
Depois da reação adversa do mercado no início do ano, com a apresentação de prejuízos da EDP Renováveis (EDPR), desta vez a situação foi diferente, com a subida da EDPR e a manutenção da EDP.
“Só mostra que o que é importante realmente são os resultados. Financeiros e operacionais”, diz Miguel Stilwell d’Andrade ao Jornal Económico (JE). Desde 17 de fevereiro, os títulos da maior empresa portuguesa em capitalização bolsista valorizaram 30,2%. No caso da EDPR, desde 7 de maio, o crescimento foi de 49%.
“Mostra que às vezes as pessoas olham muito para a prestação no curto prazo e acho que o importante é olhar, no fundo, para o retorno para o acionista ao longo de uma série maior”, afirma Stilwell d’Andrade.
Apoiado nos resultados do primeiro semestre, a EDP reviu em alta as suas estimativas para o final do ano, esperando agora um EBITDA recorrente entre 4,8 e 4,9 mil milhões de euros, quando antes se previa ficasse em torno do primeiro valor, e um lucro recorrente entre 1,2 e 1,3 mil milhões de euros, quando antes a perspetiva era de que se situasse em redor de 1,2 mil milhões de euros.
A dívida deverá situar-se em cerca de 16 mil milhões de euros.
“Estamos com resultados ótimos. Temos um bom primeiro semestre, portanto, é natural a revisão em alta”, diz.
Para 6 de novembro está marcado o investors day da EDP, onde serão atualizados os dados financeiros, mas o plano de desenvolvimento. “Estamos a trabalhar nesse plano de negócios agora e incorporar informação que vai sair nos Estados Unidos, relativamente à big beautiful bill”, mas também “informação sobre a proposta de regulação que venha a sair da ERSE aqui em Portugal e também a proposta que sair do governo e do regulador em Espanha”, diz o CEO do grupo.
EDP afirma-se otimista com resultados do semestre
A EDP já se valorizou mais de 30% desde a quebra abrupta de fevereiro. Miguel Stilwell d’Andrade diz que é preciso olhar para lá do curto prazo. E reviu em alta estimativas para o ano.
