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Projeto de cinco milhões de euros para melhorar a qualidade do ar já está a ser testado no metro de Lisboa

Ao Jornal Económico, a responsável explica que o projeto se divide em três ramos, de forma a reduzir as emissões de partículas nos transportes individuais e coletivos, assim como remover poluição existente na atmosfera.

O projeto AeroSolfd, promovido pelo Instituto de Tecnologia Comportamental (INTEC), corresponde a um financiamento da Comissão Europeia no valor de cinco milhões de euros e tem por objetivo melhorar a qualidade do ar. Para isso, está a trabalhar na criação de mecanismos que vão permitir remover partículas PM2,5 (têm um diâmetro inferior a 2,5 micrometros, podendo entrar no nosso organismo através das vias respiratórias e chegar até aos alvéolos pulmonares) que poluem o ar que todos respiramos.

Em declarações ao Jornal Económico, a responsável pelo projeto em Portugal e membro fundador do INTEC, Dalila Antunes, explica que a tecnologia está a ser trabalhada para se subdividir em três segmentos, que já estão a ser alvo de testes em contexto real. Até ao primeiro semestre de 2025, tudo deverá estar disponível no mercado.

Dos três segmentos, há um que passa pela melhoria da qualidade do ar através da remoção de partículas que circulam nas cidades. O Metropolitano de Lisboa é parceiro do projeto INTEC e é naquela rede de transportes que estão a ser realizados testes. Ainda assim, o projeto vai mais longe e procura chegar à raiz dos problemas.

Para isso, existem os outros dois segmentos, um dos quais consiste no corte das emissões ligadas aos sistemas de travagem, de forma a torná-los mais sustentáveis. Isto porque não apenas a utilização do motor, mas também dos travões, resulta em emissões de partículas PM2,5 para a atmosfera. No que diz respeito a este segmento, “estamos a estudar soluções nomeadamente para os autocarros”, sublinha Dalila Antunes.

O restante segmento passa pela filtragem dos tubos de escape. "Automóveis a gasolina que foram colocados no mercado antes de 2018" são muito desfavoráveis ao ambiente devido à tecnologia com a qual foram construídos, reitera a responsável, que faz saber que é precisamente nestes veículos que se foca o segmento em causa. Isto porque "a passagem para a mobilidade elétrica não se faz de um dia para o outro", ou seja, apesar do crescimento acentuado do mercado de automóveis elétricos, as viaturas movidas por motores a combustão não vão 'desaparecer' das estradas.

Ora de forma a acelerar a transição energética, pede "políticas para promover a adoção destas medidas", nomeadamente ligadas ao custo associado às tecnologias em que o INTEC está a trabalhar. Fala na possibilidade de ser criada pelo uma "discriminação positiva", nomeadamente ao nível dos concursos públicos. Nesse sentido, destaca a importância de valorizar "empresas que investem em tecnologias sustentáveis", se não for mesmo tornado “um requisito” o investimento nas mesmas.

"Quando acabarmos o projeto, é esperado termos uma tecnologia que estará praticamente pronta para entrar no mercado", refere Dalila Antunes, que sublinha que objetivo, por agora, é concluir o processo de desenvolvimento da tecnologia. Ora, já que se trata de um projeto de três anos, deverá estar terminado “no início de 2025”.