Skip to main content

Acionistas da Cofina decidem hoje se vendem "Correio da Manhã" ao consórcio de Cristiano Ronaldo

Assembleia-geral vai decidir se o grupo vende a área de media - que inclui marcas como o "Correio da Manhã", CMTV, "Negócios" e "Sábado", entre outras - ao consórcio liderado por Luís Santana e Octávio Ribeiro, que conta com Cristiano Ronaldo como investidor.

Os acionistas da Cofina vão decidir esta quinta-feira, em Assembleia Geral (AG), se vendem a unidade de comunicação social ao Management Buy Out (MBO) liderado por Luís Santana, Octávio Ribeiro e vários dos principais quadros do grupo, que conta com o futebolista Cristiano Ronaldo como investidor. A decisão está essencialmente nas mãos de dois acionistas de referência que ficaram que ficaram de fora do MBO e que, em conjunto, controlam metade do capital que estará autorizado a votar na assembleia por não ter conflitos de interesse neste tema: Ana Menéres de Mendonça e Pedro Borges de Oliveira.

A sociedade Expressão Livre SGPS - composta pelo grupo de quadros do MBO e por investidores como Cristiano Ronaldo e três dos atuais acionistas da Cofina SGPS - oferece 56,79 milhões de euros pela Cofina Media, excluindo a dívida. A outra proposta que chegou a estar em cima da mesa, da Media Capital, oferecia 54,5 milhões de euros, também sem incluir a dívida do grupo de media, que ascende a cerca de 40 milhões de euros. Porém, a empresa liderada por Mário Ferreira desistiu da corrida, após o conselho de administração da Cofina SGSP ter considerado como mais favorável a proposta do MBO.

Dois dos três administradores que tomaram essa decisão no conselho de administração (os restantes estavam impedidos por terem conflitos de interesse) foram precisamente os acionistas que na assembleia geral de hoje deverão representar metade do capital autorizado a votar, Ana Menéres de Mendonça e Pedro Borges de Oliveira, que detêm, respetivamente, 19,98% e 10,02% do capital do grupo.

Em conjunto, estes dois acionistas controlam 30% do capital e, na AG desta quinta-feira, vão representar pelo menos 50% do capital com direito a voto. Uma vez que a participação na assembleia dificilmente será de 100% do capital autorizado a votar, estes dois acionistas passam a ser maioritários e, se votarem no mesmo sentido, serão decisivos para o desfecho da operação.

A contagem de espingardas para a assembleia

O grupo de quadros liderado por Luís Santana conta com as participações de três grandes acionistas da Cofina, que são também membros do conselho de administração do grupo: Paulo Fernandes (dono de 13,88%), Domingos Matos (12%) e João Borges de Oliveira (15%). Por serem partes interessadas na operação, estes três acionistas que em conjunto controlam 40% da Cofina SGPS ficarão impedidos de participar nas votações que tiverem lugar no conselho de administração e na AG do grupo.

Recorde-se que, num comunicado ao mercado divulgado no passado dia 28 de julho, que confirmava a existência de dois interessados em comprar a Cofina Media, a Cofina SGPS esclareceu que "os administradores da Cofina que são, simultaneamente, subscritores da Oferta MBO estão, na medida em que se encontrem em conflitos de interesses, impedidos de aceder a informação e de participar ou interferir em qualquer deliberação não só em relação à Oferta MBO como em relação a qualquer oferta que possa ser considerada concorrente, como é o caso da Oferta Media Capital".

Também os elementos do MBO que integram a comissão executiva da sub-holding Cofina Media (Paulo Fernandes, João Borges de Oliveira, Luís Santana e Ana Dias) ficam impedidos de se pronunciar sobre a operação.

Tal significa que a decisão ficou nas mãos dos outros dois acionistas de referência da Cofina SGPS, que, juntamente com Laurentina Martins, são também os únicos elementos do conselho de administração do grupo que ficaram de fora do MBO: Ana Menéres de Mendonça e Pedro Borges de Oliveira (irmão do acima referido João Borges de Oliveira). Recorde-se que estes dois acionistas da Cofina são parceiros de longa data de Paulo Fernandes, Domingos Matos e João Borges de Oliveira em outros negócios, como é o caso da Altri.