A Jerónimo Martins registou um lucro de 558 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa um crescimento de 33,3% face aos 419 milhões verificados no mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, as vendas cresceram 22,1% para 22,5 mil milhões de euros. A dívida líquida da Jerónimo Martins estacionou nos 2,1 mil milhões de euros.
O EBITDA aumentou 18% para 1,6 mil milhões de euros e a margem fixou-se em 7,1%, abaixo dos 7,3% registados no período homólogo do ano passado.
O grupo manteve o compromisso de todas as insígnias de manterem os preços baixos num contexto difícil para os consumidores, e diz que foi isso que impulsionou o aumento das vendas e permitiu "um sólido crescimento do EBITDA do Grupo". A respetiva margem caiu 24 p.b. face aos nove meses de 2022, refletindo o investimento em preço e a inflação registada ao nível dos custos.
No final de setembro, o Grupo apresentava uma posição líquida de caixa (excluindo responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) de 959 milhões de euros.
Num comunicado, o presidente, Pedro Soares dos Santos, diz que espera que a rentabilidade permaneça sob pressão no resto do ano devido a uma substancial inflação de custos, enquanto a empresa tem de reduzir os seus preços para vender mais.
“Concluídos os primeiros nove meses do ano, podemos afirmar que nos mantivemos consistentemente fiéis às prioridades que assumimos, e fomos capazes, num contexto difícil, de ser a primeira escolha dos consumidores, aumentar vendas, e proteger a eficiência, a rentabilidade e a sustentabilidade dos nossos negócios”, referiu o presidente do Conselho de Administração, Pedro Soares dos Santos, em comunicado à CMVM.
Sobre a subida dos resultados diz que "para este forte desempenho contribuiu decisivamente a nossa determinação em manter os preços baixos, sem nos desviarmos da melhoria constante da oferta e da experiência de compra que proporcionamos a quem nos visita, e da execução do programa de investimento que definimos",
"Nos próximos meses, continuaremos a ter de gerir a pressão sobre os negócios resultante do cruzamento de duas forças contrárias: a queda acentuada da inflação alimentar e a forte inflação dos custos. Isto vai requerer das nossas equipas, aos mais variados níveis da organização, um elevado sentido de foco e disciplina, e um compromisso renovado com a liderança de preço nos diferentes mercados em que operamos", referiu Pedro Soares dos Santos.
Soares do Santos avisa ainda que "com a guerra ainda sem fim à vista na Ucrânia e a escalada de tensão no Médio Oriente, a evolução dos acontecimentos e o seu impacto sobre a confiança, já muito frágil, dos consumidores são altamente incertos".