Após um hiato de um ano Portugal voltou a registar um aumento no número de casas vendidas ao verificar uma subida de 6,4% entre março e maio de 2023, para um total de 33.800 habitações, face aos 31.800 fogos registados de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023, de acordo com os dados divulgados pelo Sistema de Informação Residencial (SIR) da Confidencial Imobiliário esta terça-feira, 4 de julho.
No que aos preços de venda diz respeito, os dados do Índice de Preços Residenciais indicam que em Portugal Continental entre março e maio de 2023 as habitações foram vendidas por um preço médio de 2.130 euros/m2, o que se traduziu num preço médio por fogo de 220.947 euros.
Este valor de venda significou uma variação mensal de 0,6% e homóloga de 14,1%, mantendo-se assim uma trajetória de subida, embora num ritmo bastante mais lento do que no início de 2023.
Ao nível do volume de vendas os dados do SIR apontam para reduções nos últimos três trimestres, tendo a descida mais expressiva sido observada no primeiro trimestre de 2023 (-9,1%), quando foram vendidas 33.100 casas.
Depois de terem atingido um pico de 43.600 casas transacionadas no último trimestre de 2021, o volume de vendas de habitação apresentou uma descida progressiva, com exceção da variação nula verificada no segundo trimestre do ano passado.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, refere que "apesar de a atividade mais recente continuar 22% abaixo do pico de mercado e de se tratar de um aumento não muito expressivo, há efetivamente um sinal de estabilização do mercado, travando o ciclo de perda observado no último ano, traduzido em reduções trimestrais consecutivas no número de venda".
O responsável destaca que o desempenho económico tem superado as expetativas de forma sucessiva, sendo que apesar do aumento das taxas de juro, a inflação está em clara trajetória de descida.
"Até ao presente não se verificaram descidas de preços na habitação, pelo que esta recuperação nas vendas sugere a reativação de alguma procura que se encontrava expectante e que ter-se-á adaptado às novas condições de mercado a nível de financiamento", sublinha o diretor da Confidencial Imobiliário.