A Frontex (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira) pode estar de saída do mar Egeu, depois do naufrágio ao largo de Pylos, na costa grega, que terá vitimado centenas de requerentes de asilo, com as autoridades gregas a serem acusadas de falhar na atuação perante a tragédia.
A posição foi marcada, de acordo com o "Le Monde", numa reunião que decorreu nos dias 20 e 21 de junho, em Varsóvia, onde a agência europeia está sediada, e confirmada por fonte da Frontex ao Jornal Económico.
Segundo o mesmo funcionário da agência europeia, uma equipa de direitos fundamentais da Agência está naquela ilha desde a semana passada para recolher com "eficiência e transparência" informações sobre o naufrágio, dado que dezenas de sobreviventes foram transferidos da capital grega para o campo de refugiados de Mavrovouni, em Lesbos.
O cerco está a apertar e Hans Leijtens, diretor da agência, fala em "queixas de incumprimento dos direitos fundamentais dos migrantes por parte da guarda costeira da Grécia", apresentou 10 de julho como data limite para a apresentação de um relatório.
A Frontex acusa o governo grego de ter ignorado a disponibilidade para prestar assistência aérea antes do naufrágio de 13 de junho. A ruptura entre a agência europeia e a Grécia parece, assim, estar em cima da mesa, podendo ser acionado o artigo 46.
Ao que tudo indica, a Frontex ofereceu ajuda patrulha via rádio, que foi rejeitada pela polícia marítima helénica, com a justificação de que teria "tudo sob controlo".
Isabel Santos, eurodeputada do Partido Socialista, garantiu ao Jornal Económico que "há uma preocupação séria no Parlamento Europeu, na comissão dos Direitos Humanos", que tem "seguido com grande sentido de responsabilidade e, também, com forte sentido crítico e responsabilidade" a questão do naufrágio e a forma como as autoridades gregas lidaram com a situação.