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Organizações do regadio lançam Observatório para apoiar políticas públicas e decisões de investimento

Criado em parceria pela FENAREG e o Centro de Competências para o Regadio Nacional, o Observatório é apresentado esta quinta-feira nas XVI Jornadas do Regadio – “Regadio: um olhar para o futuro”, no LNEC, em Lisboa. José Núncio, presidente da federação, reafirma a necessidade de pôr em marcha urgentemente a Estratégia Água que Une.

A FENAREG – Federação Nacional dos Regantes de Portugal em parceria com o COTR – Centro de Competências para o Regadio Nacional lança esta quinta-feira, 6 de novembro, 0 Observatório do Regadio, uma ferramenta de monitorização e análise de dados para apoiar políticas públicas e decisões de investimento.

A plataforma, concebida pela Consulai, reúne e disponibiliza, num único espaço online, dados oficiais sobre o regadio e a sua evolução, até agora dispersos por várias fontes. Destina-se a regantes, investigadores, decisores e ao público em geral, promovendo o acesso a informação fiável e atualizada.

Este projeto dá também corpo à Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio Nacional, contribuindo para orientar políticas públicas e investimentos que promovam uma utilização mais eficiente da água na agricultura, reforçando a sustentabilidade do setor.

José Núncio, presidente da FENAREG, explica ao Jornal Económico, que se trata de projeto participativo, construído por todos, com um objetivo comum: conhecer e dar a conhecer o regadio.

"O Observatório nasce como um embrião aberto à colaboração de entidades públicas e privadas, que o farão crescer de forma ativa e construtiva", salienta.

O lançamento do Observatório é um dos momentos altos das XVI Jornadas do Regadio – “Regadio: um olhar para o futuro”, que decorrem esta quinta-feira, 6 de novembro, e juntam no LNEC, em Lisboa ex-secretários de Estado da Agricultura, um eurodeputado, especialistas e representantes do sector num debate de alto nível sobre o futuro da água e do regadio em Portugal e na Europa, num contexto de reforma da PAC e forte pressão sobre a produção agrícola europeia.

“Na perspetiva da FENAREG, as prioridades são claras", afirma José Núncio ao JE: "pôr em marcha a Estratégia Água que Une, dando início aos projetos e garantindo a captação dos fundos provenientes de várias fontes de financiamento, modernizar e expandir o regadio, e reforçar as infraestruturas que permitem armazenar e transferir água. Não se trata de uma questão apenas agrícola, mas de um desafio nacional”.

Os regantes defendem que é preciso criar "com urgência" uma "estrutura autónoma" dedicada à implementação da estratégia Água que Une, com "um calendário concreto e metas claras, como forma de evitar a dispersão, os atrasos e a ineficácia na execução".

"A estratégia portuguesa está alinhada com a Estratégia Europeia de Resiliência Hídrica, que prevê 15 mil milhões de euros de financiamento do BEI (2025-2027) e metas de eficiência hídrica ambiciosas até 2030”, salienta.

Num contexto de reforma da PAC (Política Agrícola Comum) e de incerteza para a agricultura europeia, a FENAREG alerta que "adiar por mais uma década os investimentos previstos na Estratégia “Água que Une” pode custar 5,4 mil milhões de euros ao país, comprometendo a soberania alimentar e a competitividade nacional.