As exportações portuguesas para Marrocos foram as que deram o segundo maior contributo para o crescimento da venda de bens a países extracomunitários, nos primeiros nove meses do ano. Portugal quer reforçar a tendência de aumento das trocas comerciais registadas no último ano e lançou esta semana o Conselho Económico com o país magrebino, prevendo ainda uma missão no setor aeronáutico, focada no ecossistema da Boeing naquele país.
Nos primeiros nove meses do ano, as exportações portuguesas para Marrocos aumentaram para 695 milhões de euros, um aumento de 80% face ao período homólogo de 2020, quando se fixaram em 361 milhões de euros. Este aumento coloca Marrocos como o segundo país extracomunitário, com a maior contribuição para o crescimento das exportações portuguesas globais em percentagem, ao fixar-se em 4%, apenas ultrapassado pelos Estados Unidos (8,6%), sendo seguido pelo Reino Unido (3,7%).
É esta tendência que Portugal quer reforçar e para a alimentar avançou com o Conselho Económico Portugal-Marrocos, que inclui os setores do digital, energia, automóvel, aeronáutica e têxtil. A nova plataforma de cooperação empresarial entre os setores privados dos dois países foi lançada esta semana na Confederação Geral das Empresas Marroquinas (CGEM), em Casablanca, perante uma delegação portuguesa que contou o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, além de Armindo Monteiro, vice-Presidente da CIP, em representação do setor digital; Rafael Campos Pereira da AIMMAP; Manuel Grilo, da CENFIM; Pedro Ramalho e Adão Ferreira, da AFIA; e Miguel Pedrosa Rodrigues da ATP.
“O Conselho Económico Portugal-Marrocos abre uma nova plataforma de relacionamento setorial entre a indústria portuguesa e a indústria marroquina, que vai permitir a construção de cadeias de valor luso-marroquinas e reforçar a competitividade da oferta portuguesa em Marrocos”, disse Brilhante Dias, em declarações ao Jornal Económico. O governante português vinca este é “um mercado de proximidade que se tem vindo a abrir ao exterior e onde os portugueses são bem acolhidos como parceiros de negócio”.