Skip to main content

Lucros da CGD de 394,5 milhões elevam resultados dos seis maiores para 1,3 mil milhões no 1º trimestre

Banca: O pico da receita da margem financeira foi em outubro e isso nota-se nas contas do trimestre. A CGD viu os lucros e a rentabilidade subirem para 394,5 milhões e 26,0%, respectivamente

ACaixa Geral de Depósitos apresentou as suas contas do primeiro trimestre esta quinta-feira, depois de os seus concorrentes já o terem feito e, mais uma, vez volta a ser a líder em termos de resultados líquidos.

O banco liderado por Paulo Macedo registou lucros de 394,5 milhões de euros, o que traduz um aumento de 38,4% face ao ano anterior. A rentabilidade dos capitais próprios subiu, assim, de 22,5% para 26,0% (ainda assim fica neste indicador abaixo do Santander Totta, que reportou um ROE de 27,2%).

Os seis bancos que apresentaram contas do primeiro trimestre – CGD, BCP, Novobanco, Santander Totta, BPI e Banco Montepio – reportaram lucros que no seu conjunto somam 1,26 mil milhões de euros, a crescerem mais de 33% num ano, Isto somando os 394,5 milhões da CGD aos 234,2 milhões do BCP, aos 180,7 milhões de lucros do Novobanco, aos 294,4 milhões de euros do Santander Totta, aos 121 milhões de lucros consolidados do BPI e aos 32,1 milhões do Banco Montepio.

O que se pode destacar na CGD é que, apesar de ter ficado para trás o tempo da elevada receita de margem financeira, com o pico da receita de juros a ser atingido em Outubro do ano passado, o banco do Estado não deixou de ver o seu produto bancário subir face ao trimestre homólogo. Ao contrário do BCP que apresentou contas esta semana e que revelou uma subida de 8,4% do lucro para 234,3 milhões, mas não à custa do produto bancário que caiu 13,1%. Isto apesar da (ainda) positiva evolução da receita de margem financeira (+4,8%), e do ligeiro aumento da receita de comissões (+0,5%).

A Caixa não escapou ao aumento dos custos explicado pelo contexto inflacionista. Os custos subiram 2,3% para 229 milhões, mas o cost-to-income fixou-se nos 32,6%, e em termos recorrentes nos 25%.

A Caixa explica o resultado líquido consolidado com a evolução positiva da margem financeira, a redução dos custos regulatórios, bem como da melhoria da recuperação do crédito e com o menor custo do risco. Aliás, o custo do risco evolui de 0,29% para negativo (-0,29%), a demonstrar a qualidade da nova carteira de crédito. O rácio de NPE diminui para 1,5% o que, a par com o custo do risco, reflete a melhoria do cenário macroeconómico. A cobertura por imparidades ascendeu a 144,8% e por imparidades específicas a 67,9%.

A CGD destaca que o crédito em stage 1 (crédito sem sinais de risco) aumentou, quer na atividade consolidada, quer em Portugal.

O banco continua na senda da redução dos ativos não-core. No trimestre os imóveis detidos para venda somam 276 milhões, depois da venda de imóveis no valor de 23 milhões de euros no trimestre. Os imóveis classificados como propriedades de investimento mantém-se nos 11 milhões e a exposição a fundos de reestruturação recuou 14 milhões no trimestre para 135 milhões de euros.

A Caixa destaca-se ainda por ter mantido a evolução positiva da carteira de crédito numa altura em que a banca sente a quebra da procura de crédito. Mas não resistiu à queda do crédito à habitação. Do outro lado do balanço os depósitos subiram 2%.

Em termos de capital o rácio CET 1 (fully implemented) subiu de 20,3% para 20,5%. O que dá margem para uma das metas da CGD que é distribuir dividendos ao Estado para “pagar” na totalidade a recapitalização feita em 2017. Este ano vai distribuir 525 milhões de euros e se tiver autorização, avança com os 300 milhões que faltam para completar o reembolso. “Queremos completar o dividendo com os 300 milhões adicionais para reembolsar a ajuda pública de 2017, disse Paulo Macedo na apresentação dos resultados.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico