Skip to main content

Israel aumenta ataques no sul do Líbano

Médio Oriente: A retirada de tropas da Faixa de Gaza e o ataque ao consulado iraniano de Damasco indicam que o sentido da guerra pode estar a mudar. A fronteira entre o Líbano e Israel é um lugar a evitar.

A desmobilização de tropas israelitas estacionadas no sul da Faixa de Gaza levou alguns analistas a considerarem a hipótese de o governo e as forças de defesa (IDF) estarem a considerar abrir uma nova frente de combate no Líbano. Com a ‘limpeza’ de Gaza em estado avançado – é pelo menos isso que os 33 mil mortos indicam – a fronteira com o Líbano afigura-se como uma preocupação central para Israel.

Esta quinta-feira, aviões de guerra israelitas invadiram os arredores orientais da cidade de Jabbain, de acordo com a imprensa libanesa. No início da manhã, a força aérea israelita também realizou um ataque aéreo visando a cidade de Al-Dhahira, bem como os arredores da vila de Tayr Harfa, disse o jornal online “Bint Jbeil”.

Há muito que a fronteira entre o Líbano e Israel é um lugar de combates – mas desde 7 de outubro passado que os recontros ganharam força. Até agora, e a acreditar nas IDF, Israel manteve uma postura de mera defesa: não se aventurou em terras libanesas e esteve apenas numa postura de resposta aos sucessivos ataques de que foi sendo alvo.

Mas, segundo alguns analistas, o ataque israelita ao consulado iraniano em Damasco pode indicar que o governo mudou de estratégia. Não é claro qual ela será, mas uma coisa é certa: “Israel continuará a fazer o que entende que tem de fazer, sem levar em consideração as reservas da comunidade internacional”, diz ao Jornal Económico o embaixador Francisco Seixas da Costa.

O que também não parece ser tomado em consideração pelo governo de Benjamin Netanyahu são as queixas que a mesma comunidade internacional fez chegar a Tel Avive depois da morte de sete elementos estrangeiros que asseguravam a ligação entre uma ONG internacional e a população palestiniana.

Ontem mesmo, foi a vez de um comboio da ONU ser atacado. Algumas agências internacionais informaram que viaturas devidamente identificadas como sendo da UNICEF foram atingidas por disparos israelitas naquele que é “o mais recente incidente com trabalhadores humanitários atacados em Gaza”, refere uma reportagem da “Al Jazeera”.

Ao mesmo tempo, dezenas de manifestantes israelitas bloquearam a passagem a camiões que transportavam ajuda humanitária para a Faixa de Gaza perto da passagem fronteiriça de al-Awja (Nitzana) entre Israel e o Egipto – a passagem ficou fechada por várias horas e as forças da guarda de fronteira de Israel prenderam vários manifestantes.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico