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Inês de Sousa Real continua firme no PAN mesmo sob alta pressão

Participação da porta-voz em empresas de frutos vermelhos motivou acusações de hipocrisia após os seus ataques à agricultura intensiva. E não faltaram comparações ao ex-vereador bloquista Ricardo Robles.

Entre os milhares de comunicados divulgados pelos partidos portugueses dificilmente se encontrará outro que mencione tanto frutos vermelhos quanto o que o PAN emitiu para tentar travar a polémica que envolve a sua porta-voz, Inês de Sousa Real, desde que o semanário “Nascer do Sol” noticiou o seu envolvimento nas empresas Berry Dream e Red Fields, alegadamente dedicadas à produção intensiva de mirtilos e framboesas.

Face às ondas de choque, ampliadas pela revelação de que a quota na BerryDream foi transmitida à sogra de Sousa Real, descrita apenas como“nova sócia”pelo partido, estando o processo de saída da Red Fields ainda em curso, o PAN informou que a porta-voz nunca exerceu cargos remunerados nas empresas, apesar de ter sido sócia-gerente da primeira. E acrescentou que a Berry Dream ocupa 3,7 hectares, dois dos quais dedicados à “produção em modo biológico de mirtilo” e meio a framboesas, enquanto a Red Fields ocupa quatro hectares, dos quais 1,5 para “produção convencional” de framboesa.

Também foi garantido que as empresas “pugnam por boas práticas ambientais”, sem recurso a pesticidas, e que “em nada se podem confundir com modos de produção intensiva ou superintensiva” das explorações agrícolas do sudoeste alentejano e costa vicentina. E realçada a diferença entre o sistema de túneis, que “sendo abertos permitem a entrada do ar, circulação de animais, aves e insetos, respiração do solo e circulação das águas da chuva”, e as estufas, justificando a referência a esse termo em anúncios para contratar trabalhadores por “facilitar o reconhecimento do tipo de funções agrícolas por quem procura emprego”.

“Não existe nem existiu qualquer incoerência entre os negócios anteriormente detidos por Inês de Sousa Real e os princípios e valores defendidos pelo partido que representa”, defendeu o PAN, que tem associado as notícias à perspetiva de sair reforçado das próximas legislativas. Embora as sondagens apontem para um ligeiro recuo em relação aos 3,32% de 2019, Inês de Sousa Real admitiu que o partido está disponível para soluções de governação com oPSe oPSD.

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