Do número 45 da Avenida da República, em Lisboa, nasceu há mais uma década a República 45, uma agência de marketing e comunicação que foi criando e adquirindo negócios até formar um grupo composto por mais sete empresas. A República 45 e os sete criativos – podia dar nome a um clássico da Disney – passam esta segunda-feira a ser constituir apenas um trio: a casa-mãe e duas subsidiárias.
“No processo de internacionalização [com a E3 Network], fomos percebendo que não é fácil comunicar e conviver dentro de um grupo com sete empresas. Tornou-se necessário uniformizarmos algumas das marcas para dentro do universo República. Ficaremos com duas grandes áreas: o digital (tecnologia, performance, redes sociais e web design) e a estratégia (consultoria)”, avançou ao Jornal Económico (JE) o managing partner.
Martim Yglesias de Oliveira referiu que os contratos internacionais representam aproximadamente 15% do volume de negócios - em 2023 foi de seis milhões de euros - e o objetivo é que aumente para os 30% até ao final de 2025.
“O nosso foco é darmos aos clientes uma solução chave na mão: não só ter a capacidade de pensar estrategicamente o negócio deles, aumentar os seus resultados, como ter capacidade de implementar a proposta que fazemos. Há um gap muito grande no mercado entre as estratégias pensadas (consultoria) e execução. Portanto, fomos procurando criar ou comprar empresas”, esclareceu.
O grupo inclui a Creatura (design de marca e UX/UI), a Headliner (ativação de marca e eventos), a Your Code (desenvolvimento de software), a Convert (consultoria e marketing estratégico), a Eugenia (recrutamento), a Sra. (lê-se mesmo “senhora” e opera na área do design de espaços) e a BYD - Boost Your Digital (marketing digital).
No âmbito deste rebranding, no qual estão a ser investidos 350 mil euros, o “45” do “República 45” desaparece por ser “demasiado local” e ficarão apenas as duas primeiras, a Creatura e a Headliner. Ainda assim, a maior empresa do grupo é a BYD, que representa cerca de 60% da faturação total e engloba a componente mais digital da holding, o marketing de performance e a gestão de redes sociais.
Apesar desta homogeneidade, as fusões e aquisições não ficarão por aqui. O braço de investimento da empresa, a República Ventures, está disponível para investir em duas empresas por ano com um financiamento máximo de 250 mil euros cada uma. “Estamos numa área em que não podemos parar um segundo e precisamos de estar constantemente a reinventar-nos. É fundamental olharmos para novas tecnologias e startups”, referiu o managing partner.
“São startups que já existem ou negócios que sejam criados por trabalhadores do grupo, porque temos alguns concursos internos para lançamento de ideias e novas tecnologias. Já temos algumas coisas em cima da mesa: negócios para os quais estamos a olhar e outros que foram propostos por pessoas aqui dentro. Estamos a analisar”, disse Martim Yglesias de Oliveira ao JE.
Na lista de clientes da República estão, por exemplo, MB Way, Fidelidade, L'Oréal, Tetley, Teva, PHC, Abreu, Hussel, Jerónimo Martins, Delloitte, Banco CTT, VdA, Fundação Santander, Pierre Fabre, Memmo Hotéis, Onyria, Startup Portugal, Compex (Alemanha), Sonae, EDP, Altice, The Fork, Greenvolt, Concentrix (antiga Webhelp), Metlife ou Teleperformance, com a qual começou a trabalhar em Portugal e acabou por expandir os projetos a mais 20 países onde o contact center está.
Temos uma gestão muito conservadora e focada na rentabilidade, o que nos permite ter capacidade de olhar para o futuro com calma, planear e fazer estas aquisições sem qualquer investidor externo e reinvestir o resultado anual. - Martim Yglesias de Oliveira