A grande parte das instituições que fazem previsões regulares sobre as finanças públicas portuguesas não acredita que o Governo escape a um défice no próximo ano. Mas há uma exceção — embora tenha cortado em uma décima a previsão que tinha feito em abril, o Fundo Monetário Internacional prevê um saldo orçamental nulo.
Esta previsão deixa agora o Governo como o mais otimista neste capítulo, tendo em conta a previsão de excedente de 0,1% do ministro das Finanças.
A entidade presidida por Kristalina Georgieva, que atualizou as perspetivas orçamentais já depois de apresentado o Orçamento do Estado, estima também um excedente de 0,2% do PIB este ano.
O FMI acredita que o país voltará a entrar em terreno negativo em 2027, com um défice de 0,2%, e que a partir daí continuará uma deterioração progressiva até atingir os 0,9% do PIB em 2030.
Também lá fora, a Comissão Europeia ainda não atualizou as previsões de maio que apontam para um saldo negativo de 0,6% em 2026 (depois de um excedente este ano), e a OCDE em junho previu um défice de 0,3%.
Por cá, o Conselho das Finanças Públicas estima um saldo nulo este ano, mas para o próximo já projeta um défice de 0,6%. A partir daí, antevê que o saldo se vá degradando lentamente, até atingir menos 0,8% em 2029. Já o Banco de Portugal, previu em junho um défice de 1,3% em 2026, após um saldo de menos 0,1% este ano.
Governo não está isolado (mas quase) na previsão de escapar ao défice
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FMI acredita que o saldo será nulo no próximo ano. Apesar da revisão em baixa, continua a acompanhar o Governo na ideia de que não haverá défice em 2026. É o único.