Na sexta-feira, a espanhola Repsol tinha apresentado os seus resultados para o primeiro semestre: uma queda de 44% nos lucros, influenciada sobretudo pela base do primeiro semestre de 2022, quando os preços do crude dispararam com os receios relacionados com a guerra na Ucrânia. Os lucros da Shell caíram 56% no segundo trimestre (mas para uns imensos 5 mil milhões de dólares) e os da Total 49% (também para cerca de 5 mil milhões de dólares de lucro). A Exxon também teve um segundo trimestre mau, registando menos de metade dos lucros dos mesmos três meses em 2022 (cerca de 7,8 mil milhões de dólares de abril a junho deste ano).
A Galp também registou um segundo trimestre fraco quando comparado com o período homólogo e com os três primeiros meses do ano, mas nada comparável com as petrolíferas acima.
Nos três primeiros três meses do ano, os lucros da Galp cresceram 62%, para 250 milhões de euros, enquanto no segundo trimestre a evolução foi de apenas 3% para 258 milhões de euros. A tónica face às outras é a subida de 3%, em vez de descidas de quase ou mais de 50% nas restantes.
Contas feitas, nos 180 dias entre o início de janeiro e o fim de junho, a Galp Energia registou lucros de 508 milhões de euros, um aumento de 21% face ao resultado obtido no mesmo período do ano anterior (420 milhões de euros), de acordo com informação reportada esta segunda-feira à CMVM. Ou seja, a Galp lucrou 2,82 milhões de euros por dia no primeiro semestre.
A petrolífera justifica estes resultados devido a um “forte desempenho operacional” apesar de admitir que os mesmos conseguidos num “contexto menos favorável” no que diz respeito ao negócio da Galp Energia: petróleo, gás, eletricidade e refinação. O contexto desfavorável, segundo os relatórios das outras companhias petrolíferas, passa pela descida dos preços do crude em comparação com o mesmo período do ano passado, esse sim mais influenciado pela invasão russa à Ucrânia e pelos receios energéticos que essa invasão causou.
Em informação tornada pública na manhã de segunda-feira, a Galp confirma uma quebra de 2% na produção de petróleo no segundo trimestre do ano, enquanto a margem de refinação também caiu mas de forma mais pronunciada para 62%.
Neste segundo trimestre de 2023, a produção de petróleo por parte da Galp foi de 117,1 mil barris por dia, uma descida relativamente à produção registada no mesmo período de 2022 (119 mil barris por dia) mas também em relação ao primeiro trimestre do ano, altura em que se registou um desempenho de 120,3 mil barris diários.
A Galp anunciou ainda que o EBITDA (lucros antes de juros e impostos) atingiu os 916 milhões de euros no segundo trimestre do ano, uma subida de 26% face ao mesmo período do ano passado. Há três meses, esse resultado tinha sido de 864 milhões de euros.
Em comunicado, a petrolífera afirma que o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) atingiu os 1.787 milhões de euros na primeira metade do ano, menos 16% do que no mesmo período de 2022, refere a petrolífera.
A Galp explica que a queda do EBITDA se deveu às menores condições de mercado durante o semestre, bem como pela exclusão do negócio de ‘upstream’ em Angola.