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Falta de eletrolisadores complica 120 milhões de projetos de hidrogénio

Execução de projetos do PRR está a ser dificultada. Governo pede autorização a Bruxelas para poder usar pós-2026 estes fundos do PRR: 121 milhões estão por executar até junho.

O Governo está a negociar com a Comissão Europeia para evitar que os projetos nacionais de hidrogénio verde percam os fundos por atraso na sua execução.
A causa para estes atrasos está na elevada procura por eletrolisadores a nível global, que são cruciais para a produção de hidrogénio verde, e também a falta de capacidade da indústria para dar resposta ao nível da procura atual e à escala dos eletrolisadores necessários.
Neste momento, existem 121 milhões de euros divididos por 19 projetos para executar até meados de 2026, a data final do PRR. “Há projetos do PRR que têm abrandado ou desistido porque é muito difícil comprar eletrolisadores no mercado e o PRR tem prazos muito curtos”, disse Maria da Graça Carvalho ao JE. “Um dos problemas de hidrogénio tem sido isso porque houve uma grande corrida aos eletrolisadores e não tem havido suficientes no mercado”, acrescentou. Para impedir que este dinheiro seja devolvido a Bruxelas, o Governo está a “negociar com a Comissão Europeia para não perder nenhum projecto de hidrogénio e ter aqui um sistema que vai permitir continuar com os projectos. Percebemos as dificuldades de cumprir os prazos porque não depende” dos promotores, segundo a ministra.
Olhando para os projetos em execução desta fileira, os dois maiores envelopes financeiros são o H2Enable em Estarreja, da Bondalti e Air Liquide, no valor de 60 milhões de euros; em segundo, o H2 Driven Green Agenda, um projeto da Douro Gás Renovável em várias localizações, no valor de 50 milhões de euros.
Além dos 19 projetos ainda em execução, outros 13 projetos no valor de 6 milhões de euros já viram o seu prazo de conclusão expirar. Dos 13, apenas um conta com execução quase total, com outros dois com execução parcial, e a maioria, dez projetos, conta com execução zero, segundo o Portal da Transparência.
A ministra do Ambiente garante que o Governo quer apostar no hidrogénio verde em projetos de produção e consumo nacional, pois a tecnologia atual não permite o seu transporte.
“Se for possível exportar, estamos abertos a isso, mas ainda vai demorar algum tempo. Estamos a convidar as empresas a investirem em Portugal, porque é o nosso valor acrescentado. Nas grandes transformações industriais, como foi a Revolução Industrial, a produção de riqueza acompanhou a energia. Neste momento, a energia limpa está a preços razoáveis na Península Ibérica. Devemos aproveitar essa competitividade. É um fator que nos distingue dos restantes países do mundo. Há todas as condições para ter eletricidade renovável barata e hidrogénio verde”, segundo Maria da Graça Carvalho.

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