As notícias sobre a morte do hidrogénio verde são exageradas? Há projetos a recuarem em Portugal e o entusiasmo hoje é menor do que até há bem pouco tempo. Neste cenário, pode-se pensar que a aposta nacional no hidrogénio morreu. Certo? Errado, garante a ministra do Ambiente e da Energia que rejeita recuos e garante que a aposta no hidrogénio é mesmo para manter.
“Não desistimos de nenhum projeto de hidrogénio. A grande vantagem de Portugal produzir hidrogénio verde é atrair as indústrias que precisam dele, porque o hidrogénio ainda é difícil de transportar”, disse ao JE a ministra Maria da Graça Carvalho.
A filosofia de Maria da Graça Carvalho é produzir e consumir localmente. E já há projetos que estão a ver a luz do dia.
Sobre o pipeline de hidrogénio para a Alemanha, a ministra disse que ainda está em fase de estudos “Vamos continuar a ser parte desse projeto. Vamos acompanhar a evolução tecnológica. Neste momento, é difícil transportar, mas pode mudar e não queremos ficar de fora”.
 Há muitos desafios: a falta de eletrolisadores disponíveis no mercado, os custos elevados, procura incerta, falta de infraestruturas, ou questões regulatórias, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).
O hidrogénio é usado há 100 anos em processos industriais. e o objetivo agora é transformar o hidrogénio cinzento (produzido a partir de gás) em verde (produzido a partir de eletricidade renovável), ou usar hidrogénio para substituir diretamente o gás na produção.
Mas há vários exemplos de projetos a avançar. Na sua refinaria em Sines, a Galp está a construir 100 MW de eletrólise para a produção de hidrogénio verde que será usado para substituir parte do seu consumo de hidrogénio cinzento, num investimento de 250 milhões. Ali ao lado, no seu complexo petroquímico, a Repsol está a investir 15 milhões num eletrolisador para produzir hidrogénio verde também para consumo interno. Na Marinha Grande, o projeto de 90 milhões da Rega Energy recebeu luz verde ambiental.
Apesar dos avanços, os dados também demonstram um recuo na ambição. Dos 144 projetos de hidrogénio verde submetidos à DGEG, 28% foram autorizados, com 15% indeferidos, 24% cancelados e 25% caducados.
As notícias sobre a morte do hidrogénio verde são exageradas?
                                                    
                    
                
                
                / 
            
            Governo garante que mantém aposta e quer atrair projetos industriais que precisam de hidrogénio verde produzido cá. Projetos de exportação não fazem sentido neste momento.
