Skip to main content

E-Lar com avalanche de candidaturas após direta e ministra responde a quem defende gás: "Estão do lado errado da história"

Um total de 14 mil candidaturas foram submetidas em apenas 48 horas, depois de superado o apagão. Equipa informática fez direta entre terça e quarta-feira para resolver problemas na plataforma. Maria da Graça Carvalho deixa críticas a quem defende equipamentos a gás natural.

O Programa E-Lar já conta com 14 mil candidaturas ao final do segundo dia, segundo o Ministério do Ambiente e da Energia.

A plataforma de candidaturas sofreu um 'apagão' nas primeiras horas das candidaturas, devido à elevada afluência.

Na manhã de quarta-feira, a plataforma já funcionava sem problemas. No final do dia, 14 mil candidaturas já tinham sido submetidas.

Uma hora antes do lançamento da abertura das candidaturas na terça-feira, a plataforma contava com 350 mil pessoas online à espera do arranque.

"O programa está a correr bem e vai esgotar", disse a ministra Maria da Graça Carvalho ao JE.

A ministra também deixou reagiu às críticas da Deco Proteste: "Estão do lado errado da história. Não se importam com alterações climáticas, com o aumento que vem aí do preço do gás, dos países de onde estamos a importar gás e de quem nos queremos libertar".

A Deco Proteste tinha alertado que os consumidores arriscam-se a pagar mais 360 euros de eletricidade por ano, se trocarem um esquentador a gás natural por um termoacumulador a eletricidade.

No Governo, o valor apresentado pela Deco Proteste foi recebido com surpresa e ninguém percebe bem como foi atingida a conclusão, se o valor da poupança teve em conta o mercado regulado ou o liberalizado, ou se a tarifa social pesou ou não nas contas, sabe o JE.

Mais. Segundo apurou o JE, houve inclusivamente uma equipa informática do ministério do Ambiente a fazer uma direta durante a noite de terça-feira para quarta-feira para resolver problemas e permitir candidaturas sem constrangimentos.

Os cheques com origem no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) visam a troca de equipamentos a gás por a eletricidade (como placas, fornos ou esquentadores) e o programa já foi criticado pelo aumento de custos para as famílias devido à troca de gás por energia elétrica ou por o voucher ser de uso único, obrigando a comprar tudo de uma só vez e num único fornecedor.

Programa E-Lar. O que é e quem pode candidatar-se? - Portal da Queixa

"O Programa E-Lar é uma medida que apoia as famílias na substituição de equipamentos a gás por alternativas elétricas mais eficientes. Financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o programa pretende reduzir o consumo de energia, combater a pobreza energética e promover a transição para soluções mais sustentáveis. O Governo português lançou recentemente o Programa E-Lar, uma medida que procura apoiar as famílias na substituição de equipamentos a gás por alternativas elétricas mais eficientes e sustentáveis", segundo o Portal da Queixa.

"Esta iniciativa, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e pelo Fundo Ambiental, surge num momento em que a eficiência energética e a transição para fontes mais limpas são prioridades nacionais, mas também como resposta a um problema social crescente: a pobreza energética.

O que está em causa?

Na prática, o programa destina-se a financiar a troca de fogões, fornos e esquentadores a gás por equipamentos elétricos com classe energética A ou superior. O objetivo é duplo: por um lado, reduzir o consumo energético e as emissões associadas à utilização de combustíveis fósseis; por outro, proporcionar às famílias portuguesas maior conforto térmico em casa e poupanças a médio e longo prazo nas suas faturas de energia.

Quem pode beneficiar?

Uma das principais vantagens do Programa E-Lar é a sua abrangência. Podem candidatar-se todos os consumidores com contrato de eletricidade ativo em Portugal Continental, independentemente de serem proprietários ou arrendatários da habitação.

Contudo, existe uma diferenciação nos apoios: famílias consideradas mais vulneráveis, nomeadamente as que beneficiam da Tarifa Social de Energia Elétrica, ou as que vivem em bairros intervencionados pelo PRR no âmbito da iniciativa “Bairros + Sustentáveis”, terão acesso a valores de apoio mais elevados.

Estes apoios são atribuídos através de vouchers digitais, que podem ser usados numa rede de fornecedores credenciados, cobrindo parte significativa dos custos com os novos equipamentos.

Quais são os apoios e valores disponíveis?

Os valores variam consoante o perfil do agregado familiar. No caso das famílias vulneráveis, o apoio pode chegar a 1.683 euros, enquanto os restantes consumidores têm acesso a um máximo de 1.100 euros. Para além disso, apenas os primeiros podem beneficiar de ajudas adicionais para transporte e instalação dos novos equipamentos, incluindo a recolha dos antigos, o que garante uma maior facilidade e segurança na substituição.

Ainda assim, se o preço do equipamento for superior ao montante previsto no voucher, a diferença deverá ser suportada pelo consumidor.

Os valores máximos de apoio por tipologia de equipamento são os seguintes:

– Placa elétrica de indução – valor máximo apoiado de 369€ para os grupos um e dois e de 300€ para o grupo três.

– Placa elétrica convencional – valor máximo apoiado de 179,60€ para os grupos um e dois e de 146€ para o grupo três.

– Conjunto de placa e forno – valor máximo apoiado de 738€ para os grupos um e dois e de 600€ para o grupo três.

– Forno elétrico – valor máximo apoiado de 369€ para os grupos um e dois e de 300€ para o grupo três.

– Termoacumulador elétrico – valor máximo apoiado de 615€ para os grupos um e dois e de 500€ para o grupo três.

Como funcionam as candidaturas?

As candidaturas para os consumidores abrem a 30 de setembro de 2025 e prolongam-se até 30 de junho de 2026, ou até que a verba disponível se esgote.

O processo será simples: o candidato deverá registar-se no portal do Fundo Ambiental, submeter os documentos necessários e, em caso de aprovação, receberá o voucher digital. Este terá uma validade limitada no tempo, devendo ser utilizado numa loja aderente, onde o consumidor escolherá o equipamento pretendido".