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A despedida do Oráculo

Cartas de Buffett são uma espécie de escritura sagrada para os acionistas

s cartas anuais de Warren Buffett aos acionistas tornaram-se uma lenda nos mercados financeiros. Os textos combinam análises económicas, conselhos de investimento, máximas de liderança e comentários pessoais. A última (carta datada de 10 de novembro) trouxe uma mudança na forma de comunicação. Enquanto os norte-americanos se preparavam para celebrar o Dia de Ação de Graças, Buffett anunciava que a tradição chegaria ao fim. “Não voltarei a escrever o relatório anual da Berkshire nem a falar incessantemente na assembleia anual”, escreveu.
Depois de elogiar Greg Abel, que assumirá no final do ano a liderança da Berkshire Hathaway,
dedicou ainda várias páginas a Omaha, a cidade onde sempre viveu e fez fortuna. “Olhando para trás, sinto que tanto a Berkshire como eu fizemos melhor por termos a nossa base em Omaha do que se eu tivesse residido em qualquer outro lugar. O centro dos EUA foi um lugar muito bom para nascer, para criar uma família e para construir um negócio”, disse. Nos anos 60, o investidor assumiu o controlo da Berkshire Hathaway, quando esta era apenas um fabricante de têxteis. As operações da empresa neste setor durariam até 1985, quando foram encerradas definitivamente. Nas décadas seguintes, o conglomerado expandiu a atuação com foco em grandes aquisições como a Wells Fargo, Goldman Sachs; JP Morgan Chase, Bank of America, Visa, Mastercard e Moody’s; gigantes do consumo como a Coca-Cola e Kraft-Heinz, além da Johnson & Johnson, Delta Airlines, American Airlines e General Motors. A Berkshire entrou na bolsa de Nova Iorque a 17 de março de 1980 a 290 dólares por ação – atualmente tem uma capitalização bolsista superior a um bilião de euros e atua em vários segmentos como seguros, transportes, serviços públicos, energia, produtos para a construção ou vestuário.

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