Num mundo de teclados (de computador, de telemóveis) poucos já entendem a beleza da caligrafia, da arte de colocar letras que se transformam em palavras, em páginas brancas. Ou em arte, como pensavam os chineses. O certo é que a caligrafia também nos definia, nas nossas diferenças, ao contrário das letras que surgem nos ecrãs. Perder isso é também perder um pouco da nossa cultura diversificada, da nossa forma de sermos diferentes uns dos outros. Talvez por isso sabe bem encontrar velhos cadernos escolares onde, nas primeiras classes, se aprendia a escrever à mão, a dar vida a cada letra diferente. Alguns sobreviveram à voragem de um tempo que não regressa. E ainda bem que ainda resistem como memória.