Skip to main content

Uma bela surpresa da Beira Interior

Quinta da Caldeirinha (QC) é uma das grandes surpresas positivas deste ano que agora está quase a findar. Está localizada na aldeia histórica de origem árabe chamada Almofala, ali à beira de Figueira de Castelo Rodrigo. Inserida no Parque Natural do Douro Internacional, perto da fronteira com Espanha, mas integrada na região vitivinícola da Beira Interior

Quinta da Caldeirinha (QC)é uma das grandes surpresas positivas deste ano que agora está quase a findar. Está localizada na aldeia histórica de origem árabe chamada Almofala, ali à beira de Figueira de Castelo Rodrigo. Inserida no Parque Natural do Douro Internacional, perto da fronteira com Espanha, mas integrada na região vitivinícola da Beira Interior. Continuando a tradição familiar, liderada pelo casal simpático constituído por Jorge Roda e pela Dona Aida, o ano de 2001 marcou o início da reconstrução e modernização da Quinta, com a plantação de vinha (castas autóctones e internacionais) e olival, de acordo com as normas e desafios exigidos pela agricultura biológica. “Sendo um projecto pioneiro e inovador de produção orgânica a nível local, a QC tem como objectivo a criação de vinhos e azeite autênticos e personalizados, que exprimam toda a riqueza do seu terroir e reflictam um genuíno respeito pela componente biofísica e paisagística. As vinhas e oliveiras, situadas a 700 metros de altitude, certificadas pela SATIVA assim como a adega, são tratadas com o máximo rigor, sem qualquer produto químico de síntese, nas plantas ou no solo que as sustenta”, explicam os produtores.

Desta forma, as culturas da Quinta estão distribuídas por várias parcelas: vinhas velhas com mais de 80 anos e vinhas novas, que coabitam com o olival, a floresta de sobreiros, pinheiros e amendoeiras. O resultado são vinhos extremamente elegantes e delicados aromaticamente, frescos, com uma acidez equilibrada, estruturados e com um elevado potencial de envelhecimento.

Numa região de clima continental mediterrânico, com solos de xistos e arenitos, as vinhas estão plantadas nas encostas íngremes onde o rio Águeda se encontra com o rio Douro, a uma altitude média de 650 metros O Tarika Branco de vinha centenária, colheita de 2020, foi vinificado com uvas provenientes de agricultura biológica, pelo método de bica aberta e com controlo de temperatura de fermentação. A nota de prova conclui que estamos perante um vinho de aroma intenso a citrinos e floral. Acidez equilibrada e persistente na boca. Deve ser servido a 10ºC.

A seguir, o QC Tarika Rosé 2020, a partir exclusivamente de Syrah, vem do mesmo território e passou por idêntico processo de vinificação. Apresenta um sabor fresco e frutado, com aroma a frutos vermelhos, nomeadamente morangos e framboesas. É elegante, com final de boca prolongado. Um dos melhores rosés que provámos nos últimos meses. Deve ser servido a 10ºC.

Para completar em beleza este trio, o QCVinha Velha Tinto 2016. As uvas, também provenientes de agricultura biológica, mereceram maceração pelicular prolongada, que lhe confere estrutura e longevidade. Estagiou em madeira de carvalho francês. Vinho estabilizado naturalmente, o que pode criar depósito com o prolongar do tempo. O vinho tem aroma fresco, elegante e presistente.

Três vinhos de grande categoria de uma região que está a dar cartas cada vez mais trunfadas no mundo português dos vinhos. A Beira Interior promete ser uma região estrela neste sector num futuro muito próximo. E a Quinta da Caldeirinha é um dos produtores de referência.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico