A Dacia já tem no mercado um citadino 100% elétrico que arrisca ser um sucesso de vendas. Com uma autonomia da ordem dos 220 km e que pode superar esta distância se for usado exclusivamente em cidade, o Spring tem ainda a vantagem de ser reativo q.b em circuito citadino, ter o conforto necessário para as voltas e se for usado com inteligência precisa apenas de um carregamento semanal. E, mais do que tudo, tem um preço imbatível: o valor base está nos 16.800 euros, sendo que a versão experimentada foi de 18.300 euros e, tendo em conta a opção frota ou mesmo a compra direta por empresas, o valor final deste veículo é uma verdadeira bomba. Estamos a falar que aquele valor pode beneficiar de um incentivo fiscal de três mil euros e ainda a dedução imediata do IVA, o que significa ter um carro 100% elétrico por qualquer coisa como 12 mil euros, algo que é, por enquanto, imbatível.
A experiência feita com o Dacia Spring versão Comfort Plus foi concretizada maioritariamente em estrada e autoestrada e alguma terra batida, o que foi interessante para ver as propriedades que o aproximam de um SUV, embora estejamos perante um veículo do segmento “A”. Fizemos menos cidade e é para isso que este Dacia (construído na China) foi lançado.
De entre as suas características é de destacar, na versão mais cara, o ecrã central com sistema multimédia e navegação, o sistema de estacionamento com sensores e câmara de marcha-atrás e a possibilidade de carregamento numa tomada de casa, e que leva 14 horas, ou com carregador rápido de 50 kw, em que lhe basta uma hora para ficar a 80%. Para a wallbox de casa é necessário parte da noite para o deixar a 100%. Com um motor com apenas 33 kw, ou seja, 44 cv de potência, o Dacia consegue fazer frente a concorrentes elétricos até aos 80 km/h, o que é suficiente para cidade, sendo que para chegar aos 135 km/h de velocidade máxima leva algum tempo. Fora da cidade é obrigatório desligar a opção “Eco” pois esta limita o motor ao equivalente a 27 cv e nem se consegue atingir os 100 km/h. A autonomia aumenta 10%, segundo a construtora.
Para abril está prevista a chegada do Spring Cargo, um veículo de dois lugares onde os lugares traseiros são substituídos por espaço de carga. A empresa fala deste veículo como o futuro grande especialista para as chamadas “entregas da última milha”, ou seja, um distribuir de logística para distâncias curtas. A nível de consumos, o nosso teste permitiu uma média inferior a 13 kWh e o custo deste carregamento está a associado ao local escolhido. Uma wallbox na empresa ou na garagem de casa é a opção barata e que custa metade de um veículo equivalente a gasóleo. Se a opção for o carregamento em via pública as contas terão de ser refeitas e o custo final terá de ser justificado pela opção pela sustentabilidade e não pela economia.