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Uma bela refeição no museu com o Tejo em exposição

Depois do maat Café, o Mercantina Group abriu há pouco mais de um mês o maat Kitchen, restaurante que se assume no segmento de fine dining e que complementa a oferta gastronómica até agora presente no maat Café.

Depois do maat Café, o Mercantina Group abriu há pouco mais de um mês o maat Kitchen, restaurante que se assume no segmento de fine dining e que complementa a oferta gastronómica até agora presente no maat Café. À partida, o maat Kitchen beneficia de dois trunfos de peso: o facto de se localizar no icónico edifício do MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, e de proporcionar um dos mais belos cenários para o rio Tejo, ponte 25 de abril e Cristo-Rei.
A isto juntou-se um outro ativo de peso, a mestria e ousadia do chef executivo do Mercantina Group, Natanael Silva, que construiu “uma carta muito virada para o mar, para os produtos frescos, para a simplicidade”. “Com a Covid-19 aprendemos também a descobrir e a ajudar pequenos produtores portugueses”, destaca.
O chef decidiu apresentar-nos um menu de degustação. Depois dos imprescindíveis couverts, compostos por pão de trigo Barbela e broa e por azeite extra virgem Paço do Conde e manteiga aromatizada com trufa, foi-nos sugerido um amouse bouche, uma entrada de sopa do mar em shot, com berbigão e algas. “Não leva sal, o berbigão é aberto com água do mar”, esclarece Natanael Silva. Nota: esta opção não consta da lista, mas a sopa do mar, enriquecida com três peixes - raia, pescada e robalo do mar - é uma das propostas da carta.
Passámos depois ao ceviche, que tem versões diárias consoante dita a pesca. No caso vertente, ceviche de vieiras, colocadas em leite de tigre, acompanhadas de algas nakano, de um chip de batata doce e de maionese de algas.
De seguida, o que o chef apelida de “um prato irreverente”, misturando de forma inusitada sabores do mar e da terra. Uma posta grelhada de robalo do mar, com pedacinhos crocantes de barriga de porco fumada, aipo no seu puré, vagens de feijão verde e ervilha torta e acelga vermelha, sustentados por um molho de vinho tinto e especiarias. Para este prato, o chef Natanael Silva trabalha com robalos de seis a oito quilos, “que apresentam uma carne mais rígida, que é mais carne, e, por isso, têm de ser cozinhados um ponto a menos, para lhe fazer realçar o sabor a mar”.
Nas carnes, foi-nos sugerida uma fatia de cachaço de porco ibérico, acompanhada de três versões de abóbora - abóbora menina, abóbora japonesa grelhada e cubos de butter nuts, e chalota em pickle de vinho do Porto a quente.
Para concluir em apoteose, o chef apresentou-nos um misto de duas das sobremesas mais solicitadas no maat Kitchen. Por um lado, ananás dos Açores grelhado com gelado de chá da Gorreana. Não tem qualquer tipo de açúcar a não ser o natural do fruto e o do caramelo de nata que leva por baixo do ananás. Acompanhado de flocos de coco e de amêndoa. Por outro, o chamado chocolate a 4 - quatro texturas e quatro intensidades. Acompanhado de flocos de arroz crocante e massa filo. Vá o diabo e escolha...
Todos os pratos foram potenciados pelas escolhas acertadas de Dragomir Ivanov, sommelier e gerente do restaurante.
A atual carta do maat Kitchen proporciona um total de 12 entradas, três sopas, duas saladas, três pratos de carne, sete pratos de peixe, três arrozes, três opções na brasa, cinco acompanhamentos e outras tantas sobremesas. Há duas opções de menu executivo: com prato principal, uma bebida, café, mais entrada ou sobremesa; ou apenas prato, bebida e café. Há também menu para crianças. De quinta a sábado, há animação musical a cargo dos DJ residentes Zecka Pinheiro, DJ Jade Alvim e DJ Vill.
Capacidade para 140 lugares sentados, 40 lugares de estacionamento privativo, a solicitar no momento da reserva. Serviço cuidado, espaço interior acolhedor, marcado pela incontornável luz da cidade e do rio, mesmo que estejamos a chegar ao fim de outubro e a névoa contribua por momentos para adensar o mistério sobre o Tejo e a outra margem.

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