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Todos diferentes, todos iguais

Neste país sem ideias, a campanha autárquica inverte o que disse John Kennedy. Muitos candidatos não dizem o que podem fazer pelo país; nunca param de pensar no que o país pode fazer por eles.

Como é sina das sociedades, há governos bons e maus. Muitos destes estão no poder através da sua malícia e da falta de alternativas reais na oposição. Nada de novo. O mais penoso é que o fundo do poço não parece ter fim. As campanhas para as eleições autárquicas têm-se parecido demasiado com os folhetos de supermercado. Tudo é bom, aos preços mais baixos possíveis. E tudo é mau, porque é apregoado pelos adversários. O grau zero da política é isso. E é aquilo a que Portugal parece destinado. Os chamados discursos são, muitas vezes, uma inversão do que disse John Kennedy. Os candidatos não dizem o que podem fazer pelo país; nunca param de pensar no que o país pode fazer por eles. Chega-se ao fim da campanha com o travo sabor do óleo de fígado de bacalhau na boca. Não temos políticos. Temos actores secundários de série Z.

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