Daniil Medvedev deixou Novak Djokovic às portas da história. Ao vencer o Open dos Estados Unidos impediu o tenista sérvio de ultrapassar Roger Federer e Rafael Nadal e ser o jogador com mais torneios do “Grand Slam”. Para muitos, Djokovic é o jogador mais completo da atualidade mas, no último jogo, cedeu às lágrimas. Mas se essa seria a grande notícia desta prova, ela foi ultrapassada pela emocionante final feminina, disputada entre duas “teenagers”, Emma Raducanu e Leylah Fernández e que terminou com a vitória da primeira. Um verdadeiro espectáculo. Poderia perguntar-se: de que planeta vieste, Emma? Escondida no número 150 do “ranking” mundial, teve de competir nas eliminatórias para entrar no quadro principal deste Open. Só em Novembro fará 19 anos (Leylah fez essa idade durante o torneio), mas para além da surpreendente qualidade do seu ténis, qualquer uma delas trouxe uma nova vida ao circuito feminino, agora que a sua grande estrela, Serena Williams está prestes a retirar-se. Era preciso uma fonte de juventude para o circuito WTA. Outra virtude desta final: mostrou como hoje o mundo migratório é fonte de criatividade e beleza. Emma Raducanu é filha de um romeno e de uma chinesa e tem nacionalidade britânica; Leylah, é filha de um pai equatoriano e de uma mãe filipina e tem nacionade canadiana. O ténis mais rectilínio venceu o mais guerreiro, mas juntas fizeram faíscar o ténis. E não apenas o feminino.