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Startup portuguesa Swee leva gelados vegan para a Califórnia

Empreendedorismo: Depois de iniciar a exportação para o Texas, a dupla por detrás dos gelados com menos açúcar volta a apostar nos Estados Unidos. A empresa de Diogo Valente e Tiago Rebelo vai anunciar uma ronda de investimento em maio.

De Carnaxide... para a Califórnia. Os gelados vegan portugueses da Swee continuam a conquistar os Estados Unidos (EUA), depois da entrada no Texas em setembro. A empresa fundada por Diogo Valente e Tiago Rebelo vai chegar à cadeia de supermercados de luxo Bristol Farms, uma das mais conhecidas no estado norte-americano, no início deste verão.

O contrato surgiu após a presença na feira Expo West 2024, que se realizou na primeira semana de março em Anaheim, na Califórnia. “Passámos várias horas e dias no quarto a olhar para um mapa e tentámos ser pragmáticos e responder à pergunta: «Qual é o melhor mercado do mundo para o tipo de produto?». Os EUA têm o maior poder de compra para este produto e um grande problema na oferta. O produto europeu, como o nosso, tem um diferencial de qualidade de ingredientes, valores nutricionais e perceção de sabor que é valorizado pelos americanos”, explicou ao Jornal Económico (JE) o co-fundador Diogo Valente.

A médio prazo o plano é investir na Flórida e em Nova Iorque e, consequentemente, fazer produção local, uma vez que os gelados são feitos em três fábricas no norte de Portugal. “As rotas marítimas funcionam bem, mas demoramos cerca de um mês ou um mês e meio. Na Bristol Farms só podemos começar em julho, porque temos de produzir o gelado cá, atravessar o Atlântico e a seguir atravessar os EUA para chegar à Califórnia”, conta o cofundador Tiago Rebelo ao JE.

Mesmo o processo de inserção de uma sobremesa como esta nas prateleiras pode demorar entre oito a dez meses. Em Portugal, as sobremesas da Swee encontram-se em cerca de 1.100 pontos de venda distribuídos pelos hipermercados Auchan, Continente e El Corte Inglés, supermercados Meu Super, alguns Amanhecer e Intermarché e nos restaurantes Go Natural.

“Partilhamos a ideia de que, neste momento, é possível inovar em todas as categorias do supermercado. Isto torna-se ainda mais verdade quando, ao olharmos para cada uma das categorias, percebemos que há poucas startups. Não significa que as empresas estabelecidas não façam um bom trabalho de inovação, porque fazem, mas startups - caracterizadas pelo papel de disruptoras - não têm presença nos supermercados, além de algumas marcas como a nossa ou de queijos e refrigerantes”, lamenta Tiago Rebelo.

Para quem acompanhou as interações no Linkedin e Tik Tok, surge automaticamente uma dúvida: e o Lidl? Já há acordo? “Está em análise. Quando soubermos toda a gente saberá. A magia é essa”, garante Diogo Valente, que deu cara aos vídeos de tentativa de conquista do Lidl.

No primeiro trimestre deste ano, a Swee triplicou as vendas em relação ao ano passado para mais de 20 mil unidades, depois de um 2023 em que atingiu o breakeven. Este ano, que é de investimento, os fundadores estimam uma faturação de meio milhão de euros. “Se continuarmos a duplicar as vendas todas as semanas, faremos um pouco mais, mas ainda não temos a certeza de que este crescimento se irá manter ao longo do tempo ou estabilizar”, ressalva Tiago Rebelo.

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