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Sem resposta aos problemas do país não haverá OE, diz PCP

Os comunistas referem que a posição “de resistência e recusa” do Governo contrasta com anos anteriores e impede “aproximações” reais.

O PCP coloca a bola do lado do Governo nas negociações para a aprovação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), argumentando que cabe ao Executivo definir se quer priorizar as metas do défice definidas pela Comissão Europeia ou uma resposta aos problemas do país. Para os comunistas, abertura na negociação implica “convergência com as questões” apresentadas, algo que tem escasseado, sendo que o líder parlamentar João Oliveira lembra que o PCP tem feito “a mesma apreciação em função exatamente dos mesmos elementos” em cada proposta de OE, recusando que o partido traga agora “coisas novas para a discussão do OE ou mudou de critérios”.
Apesar das reuniões formais e encontros entre Governo e PCP na última semana e de António Costa ter sinalizado que um entendimento está “mais próximo”, os parceiros à esquerda discordam, acusando o Governo de pouca convergência com as propostas apresentadas.
Uma das questões recorrentemente sublinhadas por António Costa prende-se com a necessidade de ter “contas certas” no país, especialmente depois do agravamento da dívida e do défice causado pela pandemia. Para os comunistas, que não escondem a “dificuldade, do ponto de vista da construção de soluções para os problemas nacionais, em função desse ‘amarramento’” às regras orçamentais de Bruxelas em exercícios prévios, falta uma maior definição pelo Executivo das suas prioridades de governação, argumenta o líder parlamentar João Oliveira.
“A que é que o Governo quer dar prioridade: às metas do défice da Europa ou aos problemas do país? O Governo quer agradar à Comissão Europeia e deixar os portugueses sem aumentos de salários, com serviços públicos incapazes de dar resposta, com pensionistas e trabalhadores da administração pública a perderem poder de compra? Ou quer fazer o inverso, assumir que a resposta aos problemas do país tem de ser a prioridade e não a sujeição a essas metas, especialmente numa altura em que não são obrigatórias?”, questiona.

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