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Segunda volta no Benfica: dois modelos financeiros para o mesmo desafio

Rui Costa e João Noronha Lopes partem do mesmo diagnóstico: o Benfica precisa de combinar sucesso desportivo com uma base financeira mais sólida e menos dependente da venda de jogadores. Mas divergem na estratégia — um aposta em crescimento por investimento e escala, o outro por disciplina e transparência.

Dois projetos, um mesmo desafio
O Benfica regressa às urnas a 8 de novembro para a segunda volta das eleições dos órgãos sociais, num momento em que o debate sobre o modelo financeiro do clube ganha particular atualidade.
Na passada quarta-feira, o Benfica somou a quarta derrota na fase de liga da Liga dos Campeões, praticamente afastando a hipótese de apuramento. A implicação é direta e financeira: o clube poderá deixar de arrecadar entre 20 e 30 milhões de euros de prémios da UEFA face à época anterior — uma quebra equivalente a cerca de 13% das receitas totais do último exercício.
Com tudo o resto constante — incluindo as mais-valias da venda de João Neves e a participação no Mundial de Clubes —, esta redução anularia praticamente os 30 milhões de euros de lucro registados no último ano. Este episódio ilustra com clareza a forte dependência do Benfica das receitas da Liga dos Campeões e mostra como os resultados desportivos condicionam a sustentabilidade financeira do clube.
É neste contexto que se defrontam dois projetos com o mesmo objetivo declarado — combinar sucesso desportivo com estabilidade económica —, mas estratégias distintas para o atingir: Rui Costa, atual presidente e defensor da continuidade, e João Noronha Lopes, que propõe uma alternativa centrada na disciplina orçamental e na reforma da governação. Mais do que uma escolha entre perfis de liderança, o que está em causa é o modelo económico e financeiro do Benfica: como crescer, investir e estabilizar as contas num futebol cada vez mais competitivo e volátil.

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