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Sebastián Piñera: Era um bilhete de metro para o mundo, se faz favor

No fim-de-semana passado, o Chile encerrou um capítulo demasiado longo e demasiado sombrio da sua história. Com a eleição de uma convenção constitucional inesperadamente inovadora, quer munir-se de um texto que possa deixar pistas para regressar ao mundo dos vivos.

Filho de um diplomata, com estudos na Universidade Pontifícia do Chile e em Harvard, membro do partido conservador liberal Renovação Nacional e com um património que segundo a Forbes está avaliado em qualquer coisa próxima dos três mil milhões de dólares. Aos 71 anos, Miguel Juan Sebastián Piñera Echenique, um nome devidamente aristocrático, tinha tudo para sonhar com uma reforma dourada: desafogo monetário, reconhecimento social e internacional, obra feita (mesmo que parte dela contestada), quatro filhos e com certeza uma catrefada de netos a quem mimar ou para quem simplesmente ficar a olhar enquanto eles crescem e eternizam o clã. Mas não foi nada disso que ele fez. Também podia ter-se deixado cair na tentação do presidencialismo populista – numeroso em tantos outros cantos da América Latina como herdeiro moderno do caciquismo clientelar ou mais prosaicamente ainda do autocracismo fanático e benzido por Deus, que transformou o sub-continente numa geografia a evitar. Mas também não foi nada disso que ele fez.

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