Os fundos de investimento têm tido ganhos expressivos. Ainda há combustível para alimentar o crescimento ou há sinais
de sobrevalorização?
Nós achamos que há sempre espaço para investir no mercado de capitais. Obviamente, depende do perfil de cada investidor. Recomendamos muito que o investimento seja feito com algum prazo, que não sejam compras e vendas feitas de um momento para o outro. Nessa perspetiva, achamos que a longo prazo vale sempre a pena investir.
Se eu antevejo, neste momento, que o mercado possa cair amanhã ou depois, não tenho uma visão. Começa a falar-se numa bolha por causa da inteligência artificial, mas aquilo que se vê é uma economia americana com força, uma economia europeia com alguma força também e, portanto, olhando para os fundos de investimento, na medida em que investem em mercados, vemos sempre espaço para investimento e não vemos propriamente sinais de preocupação. Mas insisto: se amanhã o mercado cair eu continuo a achar que faz sentido o investimento nos fundos de investimento e no mercado de capitais. Não pode ser visto dia a dia, não posso estar a ouvir as declarações do presidente de um determinado país e estar a acompanhar subidas e descidas. A inflação também está bastante mais controlada em relação ao pico que se verificou. É bom e não vejo razão nenhuma para as pessoas se afastarem neste momento do mercado de capitais.
“São precisos incentivos ao investimento da poupança”
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A poupança portuguesa continua estacionada nos bancos, a perder valor. Para o presidente da APFIPP, falta literacia, mas principalmente incentivos para que as alternativas sejam atrativas. Não é preciso inventar, já se testaram soluções noutros países. E avisa que não estamos a dar a devida atenção ao desenvolvimento dos sistemas de pensões e que isso nos pode sair caro.