Tecnologia de vanguarda. É esta a palavra de ordem na PwC, que leva a cada vez mais acordos entre a consultora e os empreendedores. Menos de um ano após anunciar a aquisição de uma empresa de cibersegurança, a PwC Portugal avançou ao Jornal Económico (JE) que assinou uma parceria com a startup KIT-AR para apoiar o sector industrial português a erradicar o erro humano das linhas de produção.
A consultora lembra que, segundo o World Manufacturing Forum, os custos de má qualidade, decorrentes de erros na produção, são responsáveis por uma quebra entre 5% a 40% das receitas nas empresas que se dedicam ao fabrico. No entanto, esta tecnológica tem uma plataforma digital que – através de Inteligência Artificial (IA) ou Realidade Aumentada (RA) avalia a performance das fábricas e dá instruções onde há falhas na cadeia de produção.
Este contrato entre a PwC e KIT-AR, que surgiu no âmbito do lançamento do ‘Experience Center’ da consultora, permitirá às organizações que trabalham com estes advisors utilizarem a tecnologia em grande escala, tal como faz a Volkswagen ou OGMA.
“Esta oportunidade é fruto de uma aposta forte da PwC nas tecnologias de ponta que acreditamos irão disromper os modelos operacionais, como a IA, a RA e a Realidade Virtual [RV]. Neste âmbito existe um crescente interesse da PwC Portugal em estar cada vez mais próxima do ecossistema de startups e scale-ups em Portugal nas suas diversas vertentes”, diz ao JE Miguel Dias Fernandes, consulting partner da PwC.
Questionado sobre se há interesse por parte da PwC em investir nesta empresa, Miguel Dias Fernandes diz que “nesta fase não está no topo” das prioridades, mas não afasta “essa possibilidade no futuro”. “O foco está totalmente na parceria que temos e em fazê-la crescer junto do sector industrial”, esclarece o sócio, acrescentando que a KIT-AR suscita “muito interesse” de investidores, como confirmam as rondas levantadas, que contaram com a participação de Boeing, Sony ou Armilar Venture Partners.
“Falamos de uma digitalização do chão de fábrica de uma forma totalmente imersiva, que se traduz na prevenção e eliminação consistente de erros humanos na produção; na otimização de processos como assemblagem ou inspeção visual de qualidade; e no upskilling da força de trabalho industrial, reduzindo as suas curvas de aprendizagem, processos de onboarding ou requalificação da mesma”, detalha o especialista.
Segundo o CEO da KIT-AR, Manuel Oliveira, à medida que os trabalhadores fazem produtos mais personalizados, os processos complexificam-se e o risco aumenta, sobretudo na indústria automóvel ou aeronáutica.
“Acreditamos fortemente no potencial desta tecnologia, e estamos certos de que a combinação do conhecimento do negócio das equipas da PwC com a solução inovadora da Kit-AR irá resultar num produto altamente diferenciador junto do mercado”, garantiu ainda Miguel Dias Fernandes.
