Nem a Volta a Espanha escapou aos protestos contra a decisão de tomar a Cidade de Gaza

A intenção manifestada pelo governo israelita de tomar a Cidade de Gaza sem sequer discutir o plano de cessar-fogo que lhe chegou da parte dos mediadores (Qatar e Egipto) está a levar grupos de pessoas a organizar protestos que têm em vista importunar cidadãos israelitas que estão fora do seu país. O caso mais mediático sucedeu esta quarta-feira, quando um grupo de manifestantes impediu a progressão dos atletas da equipa Israel Start-Up Nation.
Nesse dia, realizava-se um contra-relógio por equipas, o que se tornou ideal para a ação de protesto: os manifestantes fecharam a passagem em determinado local, obrigando os atletas a parar por instantes. O diretor da equipa queixar-se-ia mais tarde da opção de misturar desporto com política. E revelou que alguns atletas têm sido alvo de tentativas de agressão.
Por outro lado, turistas israelitas foram por breves instantes bloqueados e atacados por manifestantes anti-Israel ao saírem do navio de cruzeiro Crown Iris em Heraklion, na ilha grega de Creta. Os manifestantes, alguns agitando bandeiras palestinianas, entraram em confronto com a polícia, que tentava proteger a passagem dos turistas israelitas. Cerca de uma dúzia de manifestantes atacaram os turistas e agrediram os polícias, que foram forçados a pedir reforços – e que acabariam por aconselhar os israelitas a regressarem ao navio, dado que parecia haver manifestantes colocados em todas as saídas do porto para a cidade. No dia seguinte, quarta-feira, o navio atracou sem incidentes em Rodes, ainda na Grécia, embora sob fortes medidas de segurança.
Há mais de um mês que se repetem incidentes com israelitas que viajam em cruzeiros pelo Mediterrâneo. Em Creta, a polícia local chegou mesmo a entrar em confronto com manifestantes que tentavam impedir que cerca de 1.500 turistas israelitas desembarcassem do navio de cruzeiro Crown Iris no porto de Agios Nikolaos.
A tropa de choque, que cercava o local, usou spray de pimenta para conter a multidão. Cenas semelhantes haviam ocorrido quando o Crown Iris atracou em Rodes, no leste do Mar Egeu. Na ocasião, a polícia de choque entrou em confronto com manifestantes que pediam o fim da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Treze pessoas foram detidas, segundo as autoridades.
Desde o mês de julho que se têm acumulado relatos de turistas israelitas a serem expulsos de restaurantes em Espanha, na Itália e na Áustria. A empresa israelita de cruzeiros Mano Cruise já chegou a ter de mudar para rotas alternativas, na tentativa de escapar aos protestos. Recentemente, a empresa decidiu que os passageiros de um dos seus navios não deveriam desembarcar em Siros e a embarcação continuou viagem para Chipre.