O Juntos Pelo Povo (JPP) não tem qualquer acordo negociado com os partidos políticos que concorrem às eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, que se realizam este domingo, 26 de maio, e vai esperar que quem tiver interesse numa aproximação responda às medidas que propôes.
“Nós não confiamos em nenhum partido”, justifica o secretário-geral e cabeça de lista do partido, Élvio Sousa, em entrevista ao Jornal Económico (JE).
“Temos um conjunto de 15 medidas, entre as quais a redução da estrutura governativa de oito para cinco secretarias, uma necessária revisão fiscal prudente e gradual, o ferry com ligação comercial às Canárias, o regime livre para a banana [e a definição de] um programa efetivo de redução de despesa”, aponta.
“Nós já colocamos quais são os nossos pontos de vista e, portanto, os restantes partidos é que têm de responder”, diz, apontando que nenhum ainda o fez. “Nem sequer a Iniciativa Liberal aborda a necessária redução da despesa. Se calhar ainda está à espera da chamada de Miguel Albuquerque [presidente do Governo Regional da Madeira e cabeça-de-lista do PSD]”, afirma.
As medidas publicitadas incluem, ainda, a realização de um concurso público internacional para a operação portuária, para “auditar e regular preços”, assim como a regulação do preço do gás e dos produtos petrolíferos, que, diz Sousa, é uma “agenda em que nenhum partido tem falado” e, ainda, e a redução do custo de vida, com a implementação de medidas que possam fazer com que o preço de viver numa ilha seja “inferior ou, pelo menos, igual” ao de viver no território continental.
Sem resposta às suas propostas, Élvio Sousa insiste na inexistência de acordos pré-eleitorais, sendo que a expectativa é que tanto PSD como PS, vencendo, terão de procurar alianças. E cita o estratega milenar chinês Sun Tzu ao dizer: “Faça alianças quando souber dos propósitos reais dos adversários”.
Mas vai dizendo, sobre o PSD, atualmente no poder, que os sociais-democratas estão “carregados de uma agenda tradicional, ortodoxa, e sem perspetivas de reformas”, que o partido está “viciado, congelado, digamos assim, carregado com casos de corrupção”. Nestas condições, diz, “nem pensar” em acordos. “Isto está completamente fora de parte”, sublinha.
O JPP é, atualmente, a terceira força política na Assembleia Legislativa da Madeira, com cinco deputados eleitos, atrás do PSD, que elegeu 20, e do PS, que tem 11 lugares. Conquistou 11,3% dos votos nas eleições de 2023 e as sondagens apontam para que reforce a posição.
Élvio Sousa diz que os objetivos para estas eleições passam por “crescer o projeto” do JPP, que é um “projeto de cidadania”, essencialmente regional. “Temos quadros, temos vontade política, temos responsabilidade e uma agenda reformista assente em seis eixos: saúde, coesão social, ambiente, agricultura, mobilidade e transportes, e habitação”, diz.