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Mecwide adere ao “Pacto para Mais e Melhores Empregos para os Jovens” e aposta na retenção de talento

Cada vez mais os jovens são obrigados a 'fugir' de Portugal para procurarem melhores condições de trabalho. A Mecwide é uma das 101 empresas em Portugal que assinou o pacto Mais e Melhor emprego para os jovens, uma iniciativa que tem como objetivo realizar uma mudança real no atual contexto de vulnerabilidade associado ao emprego dos jovens.

A Mecwide é uma empresa portuguesa que atua no sector da metalomecânica. Conta já com mais de 1.200 projetos na área de indústria e energia, petróleo e gás, minas e cimentos, sistemas modulares e data centers. E já se tornou numa empresa de referência internacional na prestação destes serviços.

A empresa, criada em 2009, assinou há quatro meses o pacto Mais e Melhor emprego para os jovens, uma iniciativa promovida pela Fundação José Neves que tem como objetivo realizar uma mudança real no atual contexto de vulnerabilidade associado ao emprego dos jovens e que conta já com a participação de 101 empresas. André Pinto, CEO da Mecwide, revelou ao Jornal Económico (JE) que a empresa entendeu que "esta é uma forma de estarmos mais próximos dos jovens, de percebermos também quais é que são as suas expectativas e conseguirmos, dessa forma, também captar jovens talentos que consigamos trazer para dentro da Mecwide e transformar à nossa imagem. Este é um sector, digamos, tradicional, é um sector que não é fácil de conseguir recursos e, portanto, entendemos que esta ligação e o facto de fazermos parte deste pacto nos traz aqui uma vantagem acrescida relativamente a esta capacidade também de sermos mais apelativos à camada jovem".

Para além de fazer parte deste pacto, em setembro a empresa procurou reforçar os seus quadros com 30 jovens até aos 30 anos, nomeadamente para as áreas de Engenharia, Tecnologias de Informação, Gestão Industrial ou Economia, reforçando as equipas nos seus projetos nacionais e internacionais. Este reforço foi feito pela estratégia Mecwide Talent_Grow INside Mecwide, que engloba um conjunto de programas de formação e desenvolvimento de recém-licenciados.

Apesar deste pacto ser uma boa iniciativa para angariar talento jovem, a empresa continua a ter de fazer coisas para reter este talento. Desta forma, a gigante de serviços de engenharia especializada tem uma oferta de diversos programas de atração e retenção de talentos. "Uma das coisas que nós tentamos fazer quando estamos a abordar a camada mais jovem é dar lhes aqui uma visão global daquilo que é a empresa. Temos, por exemplo, o nosso Macwider Project Management Program, em que trazemos jovens licenciados da universidade e durante um período que vai de 16 a 20 meses, fazemos com que passem pelas várias áreas da organização, para que tenham uma visão global daquilo que é de facto a empresa". Segundo André Pinto, esta iniciativa permite que "as pessoas tenham aqui a visão do que é a empresa e não apenas do que é um departamento da empresa, onde acabam por estar a trabalhar, que muitas das vezes é redutor e que acaba por funcionar como uma desmotivação para os próprios jovens. Com esta abordagem percepcionamos que de facto funciona de uma forma motivadora e funciona também muito bem para nós como organização, porque como passam pelos diversos departamentos, acabam por perceber muito bem também o que é que são as dores dos vários departamentos e, portanto, quando acabam por se fixar numa determinada área, percebem muito bem quais são também as necessidades".

Num mercado de trabalho tão abrangente, é importante perceber o que é que na opinião das empresas difere a contratação jovem da contratação de pessoas com alguma experiência. Na visão do CEO da Mecwide a contratação jovem permite "formar as pessoas à nossa imagem, moldá-las à nossa imagem cultural, na cultura da empresa e conseguimos que sejam iguais a esta. Esta visão e forma de trabalhar já é algo que nós colocamos em funcionamento há muitos anos, ainda que de uma forma menos estruturada do que fazemos hoje, nomeadamente com a participação no Pacto do emprego Jovem". "Muito cedo percebemos que contratar pessoas já experientes no sector apresentava alguns handicaps relativamente àquilo que eram as nossas expectativas, e portanto, desde muito cedo percebemos que a melhor solução, ainda que por vezes mais demorada, seria a contratação de jovens talentos", salienta André Pinto.

"É com grande orgulho que posso dizer que alguns dos diretores que temos hoje na nossa organização, já são pessoas que foram formadas na casa, portanto que saíram da universidade diretamente para começar a trabalhar e hoje, já atingiram posições de direção, de facto demonstraram a sua capacidade de trabalho, a sua capacidade de inovação, a sua capacidade de aprendizagem e a sua capacidade também de se posicionarem numa organização, portanto, o de terem as soft skills necessários para atingir estas posições de liderança. Alguns dos nossos melhores project managers são pessoas que foram formadas na casa. Os nossos melhores diretores são pessoas que são formadas na casa, isso para nós é um grande orgulho, e entendemos que é também um factor diferenciador", revela o CEO.

Atualmente a média das idades dos funcionários da empresa está nos 41 anos, sendo que a empresa apresenta uma grande diversidade de idades, mas tem uma grande camada jovem.

Um ponto importante que as empresas têm de perceber é se os jovens talentos que contratam e em que apostam pretendem ou não permanecer e crescer dentro da empresa, pois cada vez mais é comum os jovens 'saltarem' de emprego em emprego. "Eu diria que temos uma boa capacidade de retenção de talento jovem, como eu disse, espelho disso é que à data atual já temos pessoas a chegar ao nível de responsável de departamento ou ao nível da direção, que saíram da faculdade diretamente para a empresa", sublinha André Pinto.

Para ajudar nesta retenção e crescimento de talento dentro da empresa, a Mecwide, com sede em Barcelos, cria oportunidades de crescimento, tanto dentro do mesmo departamento como através da mobilidade interna departamental ou inter geográfica. "Um dos programas que nós temos é o 'Welcome to a new challenge', é um programa de mobilidade interna. Nós quando estamos a recrutar externamente, anunciamos também nas nossas redes internas para desafiar as pessoas que entendam que também têm esse perfil se candidatarem, porque muitas das vezes até temos dentro de casa recursos ótimos que nós nunca pensámos para uma determinada posição, e se calhar essa pessoa também tem essa ambição", revela o CEO.

Apesar de ser uma empresa relativamente nova, no ano passado conseguiu atingir os 60 milhões de euros em faturação, sendo que este ano é esperado que a faturação fique perto dos 100 milhões de euros. Este pode ser um ponto importante na angariação de funcionários, uma vez que dita o nível de oportunidades que a empresa poderá ter e oferecer às carreiras dos trabalhadores.