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Martin Danoesastro Líder de uma nova forma de trabalhar

Num mundo em rápida transformação, as empresas necessitam de tomar decisões rápidas e certeiras. O especialista do Boston Consulting Group explica como o método Agile pode melhorar os seus resultados graças a uma nova forma de trabalhar.

Algumas das maiores empresas do mundo lutam para ser ágeis e eficientes, o que as torna menos produtivas do que deveriam. Grande parte do problema é criada por um modelo de negócios tradicional e não virado para agilidade e inovação. “O Agile é uma nova forma de trabalhar que nasceu na indústria de software. Mas, em termos mais latos, acreditamos que, à medida que o mundo fica mais rápido e complexo, precisamos de novas formas de trabalhar. Um caminho que cria alinhamento em torno do objetivo, tira a burocracia e capacita as pessoas a tomar decisões mais rapidamente. É o que as empresas precisam hoje para serem bem sucedidas”, explica ao Jornal Económico Martin Danoesastro, senior partner e managing director e líder global do tópico Agile na Boston Consulting Group (BCG).
Desde que entrou na consultora, em 1998, Martin adquiriu ampla experiência nos setores bancário e de seguros, bem como um profundo conhecimento sobre os efeitos do digital nas organizações e formas de trabalho. Focou-se em vários projetos de estratégia, tecnologia digital, transformação ágil e design organizacional.
Embora muitas organizações tenham equipas a trabalhar de maneira ágil, poucas conseguem implementar esse modelo em toda a empresa. A transformação em larga escala é, igualmente, uma nova maneira de pensar. É mais colaborativa, aberta, criativa e eficiente do que em outros modelos de negócios. E é algo que deve ser implementado numa empresa, não apenas em um ou dois departamentos.
“As companhias podem ficar mais rápidas e eficientes para responder aos pedidos dos clientes. Além disso, melhoram e equilibram o desempenho interno, desburocratizam e aumentam o compromisso entre os colaboradores para atrair talento. São os três elementos principais e é a melhor forma de construir organizações mais fortes”, acrescenta o especialista da BCG.
De acordo com a consultora, a criação de uma maneira mais ágil de trabalhar leva dois a três anos para ser concluída, mas os resultados significativos podem ser alcançados em apenas seis meses, dependendo do ponto de partida de uma organização e do nível de suporte interno. A partir do momento que existem as skills necessárias e os projetos-piloto já foram preparados, a equipa pode decidir que ferramenta Agile será a melhor, tendo em conta as necessidades da empresa.
“O que as companhias querem é ser capazes de responder à mudança”, explica Martin Danoesastro, referindo-se também ao facto de ter várias equipas a trabalhar os mercados europeu, australiano, americano, europeu ou africano.
Para uma transformação bem-sucedida existem alguns passos que a empresa poderá seguir. Numa equipa ágil e funcional um “proprietário de produto” pode tomar decisões sem precisar de consultar um grupo de direção. No entanto, em organizações mais complexas, essa função pode ser preenchida por dois ou três indivíduos, como um gestor de produto, um analista de negócios e um executivo de produto que é responsável por supervisionar o projeto. “Precisamos que os líderes sejam muito claros nos objetivos, estratégia e prioridades da companhia. É fundamental termos os colaboradores todos alinhados no quê e no porquê. Depois, os líderes devem ser bravos e confiar nas equipas para chegar lá”, diz o especialista da consultora.
“O Agile valoriza o feedback e as lições aprendidas: adaptar-se à mudança é mais importante do que seguir um plano. Esta regra aplica-se até mesmo à própria transformação ágil. É claro que a transformação deve ser bem pensada e cuidadosamente planeada, mas os líderes também devem estar abertos a modificações e ajustes ao longo do caminho. Inevitavelmente, haverá contratempos e desafios, mas os líderes fortes são aqueles que têm a capacidade de aprender, adaptar-se e mudar de rumo quando as coisas dão errado”, lê-se no documento “How CEOs Keep Agile Transformations Moving”, escrito pelos especialistas Martin Danoesastro, Benjamin Rehberg e Grant Freeland.
Não faltam exemplos de empresas que implementaram o Agile com êxito entre as grandes companhias tecnológicas, startups e inovadores digitais. “Uma das empresas mais inspiradoras é o Spotify e levamos muitos clientes a visitar esta companhia em busca de inspiração. A área da banca também foi das primeiras indústrias que adotaram novas formas de trabalhar. São muito tradicionais mas tambem sentiram o peso das fintech todos os dias”. 

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