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Juros da dívida inglesa disparam para máximos de 27 anos

Preocupações com o orçamento britânico estão a levar os investidores a vender as suas obrigações de longo prazo.

Os juros da dívida inglesa de longo prazo dispararam hoje para máximos de 27 anos num momento em que o Governo britânico está debaixo de fogo perante preocupações com o orçamento do país.

A taxa a 30 anos disparou 5 pontos base para 5,7% esta manhã, com a libra a recuar mais de 1% para 1,34 dólares, segundo a "Bloomberg".

O momento de tensão nos mercados acontece num momento em que a ministra das Finanças Rachel Reeves tenta cortar custos ou aumentar impostos.

Isto pode tornar-se politicamente difícil depois de o Governo ter recuado nas reformas de medidas sociais perante críticas dos deputados trabalhistas.

"O aumento de impostos é inevitável, mas estamos a atingir um ponto em que mais aumentos de impostos podem ser contraprodutivos", segundo Mohit Kumar, analista da Jefferies International.

Keir Starmer quer que o financiamento nos mercados fique somente alocado para o investimento, defendendo que a despesa corrente do Estado seja coberta pelas receitas de impostos, querendo atingir esta meta no espaço de cinco anos.

"Os problemas orçamentais no Reino Unido não vão desaparecer e a subida dos juros vai potencialmente limitar o espaço orçamental", segundo Dominic Bunning do Nomura.

O episódio está a gerar comparações com os problemas enfrentadas pelo Governo da primeira-ministra Liz Truss em 2022.

No entanto, há diferenças: há 3 anos, os juros da dívida dispararam 50 pontos base numa única sessão, enquanto que a subida atual tem sido gradual e não se limita ao Reino Unido.

Os juros da dívida a 30 anos britânica dispararam mais de 100 pontos base nos últimos 12 meses, com a dívida alemã ou norte-americana a subirem 80 pontos.

O Reino Unido vai aos mercados esta semana, vender dívida a 10 anos. Esta manhã os juros subiam 4 pontos base para 4,8%.