O atual ministro da Administração Interna é oficialmente o primeiro candidato à liderança do PS, posicionando-se assim como uma das alternativas à sucessão de António Costa. Dos especialistas contactados pelo Jornal Económico, é ainda classificado como um candidato com "boa imagem", e essa parece ser uma opinião unânime.
O politólogo José Palmeira, realça essa qualidade no agora candidato dos socialistas. "As funções que desempenhou no passado foi de secretário de estado das comunidades e como ministro da Administração Interna que, num passado recente, foi uma pasta muito difícil e deu uma imagem de competência", considerou.
Em linha com Palmeira, o politólogo Hugo Ferrinho Lopes sublinhou que "José Luís Carneiro é um ministro bem visto, que está com uma boa imagem junto dos seus pares". "E, portanto, é um candidato aparentemente mais ligado à linha interna do Governo. Por outro lado, é um candidato que quando comparado com Pedro Nuno Santos é mais moderado ideologicamente", destacou.
Perspectivando o confronto com Pedro Nuno Santos, diz que "é previsível que seja quase como que um confronto entre a ala mais à esquerda e a ala mais moderada no PS".
Apesar de José Luís Carneiro e da sua boa imagem, Hugo Ferrinho Lopes reconhece que José Luís Carneiro não teve o "mediatismo de Pedro Nuno Santos".
Já para José Palmeira, a imagem de "cinzentão" de José Luís Carneiro suscita sentimentos contraditórios. Se por um lado acabam por ser "características positivas", por outro, "de um líder político, espera-se que haja um certo carisma", e nesse aspecto sai claramente a perder em relação a Pedro Nuno Santos, de acordo com este especialista.
De lembrar que José Luís Carneiro oficializou a sua candidatura no passado sábado e prometeu empenho "em dar resposta às necessidades do país, sem retóricas inúteis, nem voluntarismos inconsequentes, mas com espírito de firmeza e com os pés na terra”.
Segundo o socialista, candidata-se a "um projeto de liderança, que comigo e os futuros órgãos do meu partido, se assuma na melhor tradição do PS, a do respeito e da preservação da sua identidade e autonomia próprias”.
"Candidato-me porque acredito na vitalidade essencial do projeto político e programático apresentado pelo PS aos portugueses", sublinhou José Luís Carneiro acrescentando que o assume agora com "o dever de aprofundar e aperfeiçoar", até mesmo no "exercício de funções autárquicas".
Ao que tudo indica, será uma corrida a dois porque esta segunda-feira será a vez de Pedro Nuno Santos apresentar a sua candidatura às eleições no PS que decorrem entre 15 e 16 de dezembro.