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Centeno quebra o silêncio ao FT: "Recebi um convite do Presidente e do Primeiro-Ministro"

"Eu tive um convite do Presidente da República e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo. Eu estava muito longe de chegar a uma decisão“, disse Mário Centeno ao FT.

Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, falou este domingo pela primeira vez sobre o facto de o seu nome ter sido apontado para liderar o Governo.

Em declarações ao Financial Times, Centeno  diz que "recebi um convite do Presidente e do Primeiro-Ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo (...) estive muito longe de tomar uma decisão.”

A Comissão de ética do Banco de Portugal, liderada por Rui Vilar vai reunir já esta segunda-feira para avaliar a conduta do Governador Mário Centeno, depois de ter sido proposto pelo ainda primeiro-ministro ao Presidente da República para liderar o Governo socialista num cenário de continuidade da maioria parlamentar com substituição do Chefe do Governo, que não foi seguida por Marcelo.

Potenciais conflitos de interesse vão ser investigados depois de o Presidente da República ter rejeitado o plano do primeiro-ministro cessante para Mário Centeno se tornar primeiro-ministro.

O presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, rejeitou a sugestão e anunciou na quinta-feira à noite que iria dissolver o Parlamento no final de novembro e convocar eleições gerais para 10 de março.

Este sábado, António Costa, disse aos jornalistas na residência oficial de São Bento, após a declaração ao país, que “quando apresentei a proposta, conhecia que Mário Centeno só daria uma resposta definitiva depois de falar com o senhor Presidente da República, de conhecer as condições de governabilidade que tinha e de saber se a comissão política do PS correspondia à minha proposta”.

“Nunca houve uma resposta final de Mário Centeno” e que, perante a decisão do Presidente da República de dissolver a Assembleia da República, o assunto não teve continuidade.

António Costa disse ainda que apresentou o nome de Mário Centeno por entender que era necessária uma “mensagem para o mundo [investidores] de que Portugal tinha encontrado solução de respeito e elevada competência” perante notícias que fizeram primeira página em jornais estrangeiros de que o primeiro-ministro de Portugal se demitiu associado a um caso de corrupção.