O cenário de greve está afastado do porto de Setúbal evitando mais dores de cabeça ao Governo, em particular à ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, assim como à APSS - Administração dos Portos de Setúbal e de Sesimbra e à generalidade da CPS - Comunidade Portuária de Setúbal, com destaque para alguns dos maiores grupos empresariais exportadores de Portugal, como a Autoeuropa, a The Navigator Company ou a Secil. Este conflito laboral agudizou-se no final do ano passado, com o SEAL - Sindicato de Estivadores e da Atividade Logística a assumir semanas consecutivas de uma paralisação que perturbou o envio de automóveis da Autoeuropa para o exterior.
Nessa ocasião, as duas partes, as empresas de estiva, pertencentes ao grupo turco Yilport, e o SEAL, concordaram em negociar um novo contrato coletivo de trabalho, algo que só foi conseguido durante o dia de ontem. Em declarações à agência Lusa, o presidente SEAL, António Mariano, disse tratar-se de um acordo “vantajoso para os trabalhadores” e que irá contribuir para a paz social no porto de Setúbal desde que “as entidades patronais cumpram o que foi acordado”.
O novo acordo coletivo de trabalho prevê que os ordenados de 900 euros passem para 1.400 euros, além da passagem de eventuais a trabalhadores do quadro de um total de 56 estivadores. De acordo com esse documento, a que o Jornal Económico teve acesso, o salário base mais o subsídio de turno irão oscilar entre os 864,08 euros (nível 1) até 2.411,50 euros (chefe de operações com seis diuturnidades). Também foram melhoradas as remunerações de turnos (primeiro, segundo e terceiro), de horas de refeição, de prolongamento e de repetição para os trabalhadores temporários aos dias úteis e aos sábados, domingos e feriados. Neste momento, o setor portuário ainda enfrenta conflitos laborais por parte do SEAL no porto da Figueira da Foz e por intermédio do Sindicato XXI às horas extraordinárias no terminal de contentores do porto de Sines (Terminal XXI). l