Após ter sido adquirido pela empresa Via Outlet em 2014, o Freeport Lisboa Fashion Outlet foi alvo de uma reformulação que obrigou a um investimento de 20 milhões de euros na remodelação do espaço comercial. Nuno Oliveira, Regional Business Director da Via Outlets Iberia, conta ao Jornal Económico, que as obras foram iniciadas “em janeiro de 2016 e fizemos a reabertura em outubro de 2017”. Em 2018 cresceu 16% e este ano admite crescer 25%, refere o gestor.
Segundo explica o responsável essa “reformulação tinha como alicerces a vantagem de estar perto da cidade de Lisboa, que funciona como uma âncora para nós em termos de captação de turistas” e, deste modo, fazer com que visitassem o espaço pelo maior período de tempo possível. “A duração média de visitas ao Freeport era cerca de 90 minutos, o que é francamente baixo quando comparamos com a duração média das visitas a outros outlets na Europa, que variam entre as três e seis horas”, refere Nuno Oliveira.
Outro passo importante foi a restauração onde “criámos um espaço que foi pensado para acolher restaurantes ‘cidade’, com o serviço à mesa ou em esplanada. E este tem sido um fator chave já que no estudo de mercado que fizemos no último trimestre de 2018, o tempo médio de visitas já era de duas horas e meia.
Em termos financeiros as mudanças também estão a ser sentidas para melhor. “No ano passado tivemos um crescimento de 16% no volume de negócios (mais de 100 milhões de euros) e este ano estamos até à data com quase 25%, percentagem que queremos manter até ao final de 2019”, refere Nuno Oliveira, que acredita que este crescimento “se traduz na capacidade de atrair mais clientes”, sendo que “mais do que atrair mais visitantes (que estão a crescer a um ritmo de 10%), é a capacidade de darmos oportunidade às pessoas de fazer as compras no nosso centro”. Este aumento refletiu-se num total de três milhões de visitantes em 2018 e a estimativa para 2019 é de crescer mais 10%.
Nuno Oliveira destaca que “50% do crescimento até à data é suportado por novas marcas e os outros 50% são de marcas que já estão a trabalhar connosco há mais tempo”. Uma das principais apostas passa pelo turismo de shopping. “No mínimo 20% do nosso volume total de negócios tem origem em turistas comunitários (França, Espanha e Alemanha) e extracomunitários (Angola, Brasil e China)”, uma distinção que Nuno Oliveira realça “porque no caso dos extracomunitários existem formas de apurarmos qual a percentagem que eles representam. No caso dos comunitários não existem dados que nos permitam estimar qual o seu verdadeiro valor”, indica o responsável do Freeport. Diz ainda que “cerca de 30% dos gastos que os turistas fazem em viagens são dedicados ao retalho. Este ano estamos com um crescimento de 13% nos gastos dos turistas extracomunitários no Freeport. Em 2007, o peso do negócio do turismo no nosso centro era de 2%, hoje no mínimo é de 20% e a nossa base de vendas este ano será mais do dobro do que era em 2007”, remata.