O quadro da economia global mantém-se volátil e os sectores especialmente vocacionados para as exportações têm de observar “alguma contenção face a resultados sazonais” que possam ser indicadores de uma melhoria das condições do negócio. É desta forma que José Couto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) comenta, em declarações ao JE, o facto de o sector de componentes automóveis ter atingido uma quota de 17% das exportações de bens transacionáveis. “Temos de esperar pelos resultados do acumulado do primeiro trimestre para podermos então ter mais certezas”, diz.
De qualquer modo, os 17% - que são o acumulado no final dos dois primeiros meses do ano – representam um recorde. Os valores finais de 2023 indicam – segundo dados fornecidos ao JE pelo secretário-geral da AFIA, Adão Ferreira – que o peso do sector nas exportações totais foi de 16,5%. Num momento em que as expectativas para o sector eram modestas, as exportações surpreenderam ao atingirem 1.111 milhões de euros em fevereiro de 2024, um aumento de 5,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior – que compara com um crescimento geral de 2,3% verificado nas exportações totais.
No que diz respeito ao valor acumulado das exportações de componentes automóveis desde janeiro, verifica-se um acréscimo de 2,8% face ao período homólogo em 2023, tendo atingido os 2.200 milhões de euros nos primeiros dois meses de 2024. A AFIA especifica que, por região, a Europa concentra 89,4% (mais 2,3% relativo ao homólogo de 2023). O continente americano apresenta um crescimento de 20,9% nos dois primeiros meses do ano em relação ao homólogo de 2023, concentrando 5,6% das exportações de componentes automóveis. As regiões de África e Médio Oriente e da Ásia e Oceânia, que têm respetivamente, 3% e 1,9% das exportações de componentes automóveis portugueses, apresentaram no acumulado até fevereiro uma queda de 4,6% e de 7,2%, respetivamente, face aos dois primeiros meses de 2023.