Skip to main content

Comissão Europeia reivindica mais isenções de tarifas aos EUA

As bebidas espirituosas, vinho e calçado estão na lista da Comissão Europeia. Associações do setor mostram-se agradadas caso acordo com Estados Unidos chegue a bom porto.

A Comissão Europeia vai reivindicar junto da administração norte-americana a isenção de vários produtos das tarifas. Nessa lista inclui-se uísques, equipamentos médicos, massas, queijos, vinhos e bebidas espirituosas, azeite, óculos de sol, diamantes, ferramentas, tubos de metal, peças de motores navais, equipamento industrial, tecidos, calçado, chapéus, cerâmica e robôs industriais, avançou a 21 de novembro o Politico. Uma lista apresentou uma lista atualizada de produtos que o bloco europeu quer incluir nas isenções às tarifas de 15% aplicadas às exportações que têm como destino os EUA.
Contactados pelo JE, os setores das bebidas espirituosas, vinho, calçado, e dispositivos médicos saúdam a intenção de Bruxelas e esperam que a medida acabe por ter luz verde por parte dos norte-americanos.
O secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE), João Vargas, considera que colocar as bebidas espirituosas na lista de isenção das tarifas norte-americana é “bom” para o setor.
O secretário-geral da ANEBE diz que a “culpa principal” disso partiu da Comissão Europeia e não dos EUA, quando incluíram o setor nesta guerra de tarifas com os norte-americanos.
No caso português, João Vargas refere que o país exporta entre 50 milhões a 55 milhões de euros com os Estados Unidos a serem um mercado “com interesse” para Portugal.
João Vargas salienta que o setor “está a encontrar alternativas” com o auxílio da ANEBE e também da Spirit Europe (associação europeia do setor) para dar resposta às tarifas. “Por isso o acordo do Mercosul é importante em termos da diversificação dos mercados”, salienta o líder da ANEBE.
Já o porta-voz da Associação Portuguesa de Fabricantes de Calçado, Componentes e Artigos de Couro (APICAPPS), Paulo Gonçalves, considera que a intenção da Comissão de colocar o calçado na lista de isenções das tarifas é “excelente”, salientando que espera que o acordo se “conclua rapidamente” e que seja para durar”.
Paulo Gonçalves salienta que o mercado norte-americano é aquele que mais tem crescido na última década ao nível da exportação, com excepção do ano de 2025, onde o setor foi afetado pela questão tarifária. Paulo Gonçalves salienta que a “continuação de um clima de “profunda incerteza penaliza os negócios e em especial os sectores exportadores”.
Também o presidente da Associação Interprofissional da Indústria Vitivinícola Portuguesa (ViniPortugal), Frederico Falcão, considera positiva a inclusão do vinho na lista de isenções de tarifas dos Estados Unidos.
Frederico Falcão salienta que em 2025 o mercado norte-americano era o maior mercado exportador. Contudo a “instabilidade e turbulência” gerada pelas tarifas tem feito com que este mercado esteja a encolher. Em valor está a cair 12% gerando de janeiro a setembro deste ano 9,3 milhões de euros a que se junta uma perda de 7% ao nível do preço médio, fazendo com que França saltasse para o topo da tabela. Ao nível do preço médio os EUA atingem os 3,99 euros face aos 3,09 euros de França.
O secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED), João Gonçalves, considera que a intenção da Comissão Europeia de incluir o setor na lista de isenções de tarifas é “muito positiva”.
João Gonçalves salienta que os dispositivos médicos “são fundamentais” para a prestação de cuidados de saúde.
“Os Estados Unidos são o principal destino das exportações dos dispositivos médicos fabricados na Europa com a qual mantém um superavit comercial, o que evidencia que os dispositivos médicos fabricados na Europa complementam os cuidados de saúde nos Estados Unidos sem competir com a produção e os empregos americanos”, adianta o secretário-geral da APORMED.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico