A bitcoin voltou a ter uma semana de altos e baixos. Na segunda-feira quebrou 5,6% face ao dia anterior deixando o preço nos 73.923 euros. Entre terça-feira e quinta-feira o criptoativo recuperou 8,4% para os 80.136 euros. As posições curtas são um dos motivos que justificam esta mudança no sentimento dos investidores. A expetativa de cortes de juros pela Reserva Federal norte-americana (Fed), com o mercado a atribuir uma chance de 88% de existir um corte de 0,25 pontos percentuais a 10 de dezembro, e a acumulação do criptoativo por instituições, também ajudaram à recuperação de acordo com a publicação financeira Investing.
“A Bitcoin recuperou com força na sessão de terça-feira (+6,2% face ao dia anterior) e registou a maior subida diária. O movimento surpreendeu pela velocidade e pela forma como apanhou os investidores desprevenidos”, salientou o analista da ActivTrades Europe, Henrique Valente.
O analista referiu que uma das principais razões para este crescimento terá residido no “elevado volume de posições curtas acumuladas” nas últimas semanas.
“A combinação de uma queda prolongada e narrativas negativas criou confiança entre vendedores a descoberto. A subida despoletou um “short squeeze”, uma sequência de liquidações de posições a descoberto, que contribuiu para o movimento ascendente”, explicou Henrique Valente.
A sazonalidade também teve influência na subida da bitcoin. Henrique Valente refere que o último trimestre do ano “tende a ser historicamente favorável” para os ativos digitais. “O mercado encontra-se num período em que a liquidez melhora, o apetite por risco aumenta e os investidores começam a reposicionar carteiras para o final do ano”, sublinhou o analista da ActivTrades Europe.
O Investing, citando dados da CoinMarketCap e da Glassnode, salienta que entre 1 e 4 de dezembro os investidores institucionais adicionaram cerca de 16.200 bitcoin à suas carteiras, enquanto que os external traded funds (ETF) registaram entradas de capital no valor de 59 milhões de dólares (50 milhões de euros).
Mas há quem deixe um alerta. “A recente onda de vendas é um bom lembrete dos riscos inerentes a este mercado. As criptomoedas continuam a ser um investimento volátil e certamente não o são para quem sofre de coração”, salientou o diretor de investimos da EP Wealth Advisores, Adam Philipps citado pelo New York Times.
Desde o início do ano a bitcoin regista uma quebra de 11,4%. Mas desde 7 de outubro sofreu uma descida de 24,9%.
Bitcoin recupera mas gera perda desde início do ano
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A expetativa de uma descida dos juros pela Fed está a provocar um aumento do preço da bitcoin. Desde o início do ano o criptoativo acumula uma perda de 11,4%.