O objetivo da China para o próximo ano é fazer crescer a economia. Para isso, Pequim vai apostar, entre outras coisas, no mercado imobiliário, aliciando 50 empresas do sector a apoio financeiro especial, voltando a fixar o objetivo de crescimento em torno do mesmo intervalo apontado para este ano, entre 4,5% e 5,5%.
Os reguladores chineses, segundo fontes da "Bloomberg", estão a elaborar uma lista de 50 empresas imobiliárias que podem vir a obter financiamento a preços reduzidos, isto por ser um sector em clara expansão na segunda maior economia do mundo, mas também o mais endividado o país, o que coloca em risco todo o sistema financeiro chinês.
No fundo, esta lista implica uma mudança de paradigma para a China e para a sua economia. Com a crise imobiliária a aprofundar-se, os reguladores chineses decidiram dar a outra face. O objetivo é tentar ajudar estas empresas, ao mesmo tempo que reforçam o crescimento económico do país. O sector imobiliário contraiu 2,7% no terceiro trimestre, o máximo este ano, enquanto a queda dos preços das casas em outubro foi a maior em oito anos.
Xi Jinping já tinha anunciado um apoio à economia, tendo emitido mais dívida soberana para despesas em infraestruturas e aumentado o défice orçamental.
Mais estímulos para crescimento sustentável
Os conselheiros chineses recomendaram adaptar os objetivos de crescimento económico para o próximo ano. Agora, o target está entre os 4,5% e 5,5%, com a grande maioria dos conselheiros a pender para um crescimento médio de 5%, igualando este ano. Estas perspetivas serão discutidas já em dezembro, na conferência do Partido Comunista Chinês. Ainda assim, para o alcance destas metas, Pequim precisa de aumentar o estímulo orçamental.
"Precisamos de adotar uma política orçamental e monetária expansionista para estimular a procura", aponta Yu Yongding, economista governamental, à "Reuters". Yongding prevê um crescimento de 5%.
"A procura de investimento empresarial não será forte, dado que a confiança das empresas não recuperou. Por isso, precisamos de expandir o investimento em infraestruturas", acrescentou.
Em outubro passado, o governo chinês já tinha revelado o plano de emitir 139 mil milhões de dólares em títulos soberanos até ao final do ano, ou seja, em dois meses. Isto permitir-lhes-ia elevar a meta do défice orçamental deste ano para 3,8% do PIB, em vez dos 3% originais.