As empresas portuguesas exportadoras estão a retomar em força a atividade de internacionalização, levando a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) a aumentar o número de missões previstas para o próximo ano face a este ano e a prever a criação de quatro clusters nos setores da têxtil e calçado, tecnologias de informação, alimentar e bebidas e metalomecânica.
“Prevemos em 2022 criar quatro clusters nos setores têxtil e calçado, nas tecnologias de informação, no alimentar e bebidas e metalomecânica, que são setores que trabalhamos com muita frequência ou que temos empresas clientes destes setores”, anuncia Pedro Magalhães, diretor de comércio internacional da CCIP, em declarações ao Jornal Económico.
Os clusters estão previstos arrancar em março, com o da metalomecânica a dar o tiro de partido. O objetivo é juntar dez empresas em cada um, com o intuito de uma abordagem dos mercados internacionais de forma conjunta e direcionada.
Numa primeira fase o desenvolvimento desta iniciativa passará pela organização de sessões com as dez empresas de forma a compreender quais são as necessidades efetivas a nível internacional para atacar determinados mercados nos quais as empresas possam beneficiar de uma ação conjunta.
A CCIP prevê ainda a realização de 46 missões empresariais, entre o formato presencial e virtual, com um foco principal fora dos mercados tradicionais de exportação portuguesa.
“Tenho a esperança em 2022 de podermos fazer 20 missões empresariais presenciais e será um número que corresponderia quase ao que faríamos em 2018”, diz Pedro Magalhães.
O responsável da CCIP recorda que em 2019 a organização realizou 15 missões empresariais presenciais, em 2020 três missões e este ano contam já com 11 missões, refletindo a abertura das economias.
“Estamos a ter uma procura maior. Há uma incidência maior das empresas na procura do apoio à internacionalização e de irem para fora e conseguirem mais contactos. Está a ser um ano de retoma total, inclusivamente de superação dos valores de 2019”, sublinha.
A CCIP diz que a incidência do plano de ações centra-se fora dos quatro principais mercados de exportação portuguesas – Espanha, França, Alemanha e Reino Unido. “Apesar de termos algumas ações para esses mercados pontualmente, procuramos fazer ações para mercados diferentes como México, Rússia, Coreia do Sul, Costa do Marfim, o Cazaquistão, entre outros”, detalha Pedro Magalhães.
Desta forma, a organização prevê arrancar o próximo ano com uma missão empresarial presencial à Suécia e uma outra à Polónia e uma missão virtual ao Reino Unido e ao Irão. Para fevereiro está também prevista uma missão empresarial presencial ao México e em março ao Cazaquistão e Báltico e em abril à Rússia.
Pedro Magalhães realça o feedback positivo das empresas após as missões, com 92% a considerarem que após a participação das missões poderá concretizar negócios a curto prazo nos mercados em questão.