De fora da lista dos 21 portugueses que tomam posse este domingo no Parlamento Europeu ficaram dois nomes de peso do centro-direita: Carlos Coelho, eurodeputado do PSD desde 1994, e Pedro Mota Soares, deputado na Assembleia da República e número dois do CDS-PP às europeias. A eleição de ambos era dada como (quase) certa pelos respetivos partidos, mas os eleitores trocaram-lhes as voltas.
Foram cerca de 70 mil os votos que afastaram Carlos Coelho da ‘casa’ em que trabalhou nos últimos 25 anos. O senhor Europa do PSD era o sétimo na lista encabeçada por Paulo Rangel, mas os 21,94% obtidos pelos sociais-democratas foram insuficientes para ser eleito. A direção nacional do PSD refere-se a Coelho como “uma das referências europeias na área das liberdades dos cidadãos, da circulação das pessoas, das migrações, do espaço Schengen”.
Mas o reconhecimento não se fica pelos colegas do partido. O próprio primeiro-ministro, António Costa, veio elogiar o trabalho desenvolvido pelo eurodeputado nos últimos anos e lamentar – ainda antes de serem conhecidos os resultados oficiais das eleições – que Coelho tivesse sido colocado “num lugar potencialmente não elegível”. Resta saber o que lhe reserva o futuro, dando o PSD como certo que continuará a servir Portugal e a Europa.
Também num lugar não elegível acabou por ficar o centrista Pedro Mota Soares, ainda que a menos votos de ser eleito do que Coelho (23 mil). O CDS-PP tinha como meta eleger pelo menos mais um eurodeputado para se juntar ao cabeça de lista Nuno Melo, mas o resultado ficou “aquém das expectativas”.
“Mota Soares não foi eleito e quem perde com isso não é o CDS, é Portugal, porque ele é do melhor que Portugal tem, sabe do setor social como poucos e Portugal bem precisava que no Parlamento Europeu tivéssemos um deputado completamente dedicado a este terceiro pilar”, afirmou o eurodeputado Nuno Melo, em reação aos resultados, que deixaram o partido como apenas a quinta força política, com 6,19% dos votos.
Muito empenhado durante toda a campanha eleitoral, Mota Soares era uma aposta tão clara da direção nacional que foi o único candidato a aparecer junto a Nuno Melo e a AssunçãoCristas nos cartazes. De igual forma, o antigo ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social do Governo de Passos Coelho viu-se excluído dos lugares potencialmente elegíveis para a Assembleia da República, anunciados noConselho Nacional do CDS-PP a 6 de abril.