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BdP revê crescimento este ano em baixa para 2,1% e inflação em ligeira alta

PIB Obanco central mantém como cenário base o crescimento este ano, apesar dos problemas na segunda metade do ano, tal como o Fórum para a Competitividade, que deixa vários alertas.

O Banco de Portugal (BdP) cortou a previsão de crescimento português para este ano, prevendo evoluções menos favoráveis de todas as componentes do PIB do que projetara em junho e antecipando já nova estagnação em cadeia no terceiro trimestre. Já a inflação foi atualizada em ligeira alta para este ano, mas também para o próximo, sublinhando a duração da pressão nos preços.

O Boletim Económico de outubro, divulgado esta quarta-feira, revê em baixa a previsão de crescimento para este ano de 2,7% para 2,1%, um corte substancial e transversal às várias componentes. O consumo privado é bastante penalizado, tendo sido cortado em 0,6 pontos percentuais (p.p.) para 1,0%, mas há outros segmentos da economia a mostrar ainda mais fragilidade.

A subida dos juros trará fortes condicionamentos ao crédito, o que explica a forte revisão em baixa do investimento privado de 3,1% para 1,5%, ou seja, menos de metade. Na mesma linha, os gastos públicos são atualizados em baixa, embora com um corte menos profundo – de 1,5% nas previsões de junho para 1,2% na mais recente versão.

O grande impacto sentir-se-á nas exportações, um dos motores do crescimento nacional nos últimos anos: de um salto de 7,8% previsto em junho, o BdP prevê agora um avanço de 4,1%, quase metade. Com os principais parceiros económicos portugueses em claras dificuldades (com destaque para a Alemanha, mas também para a instabilidade política espanhola, o esmagamento do rendimento nos EUA e as fragilidades generalizadas chinesas), é previsível que as vendas das empresas portuguesas ao exterior sofram.

Do lado dos preços, a expectativa passa agora por uma inflação de 5,4%, ou seja, 0,2 p.p. acima da anterior projeção, embora o indicador core desacelere de 5,7% para 5,6%. Em linha com a subida de juros, a propensão para poupar deve subir, estabilizando em 6,6% no próximo ano e subindo gradualmente até 7,4%, acima dos 6,9% de média registada antes da pandemia.

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