As ações do BCP foram as que mais valorizaram na sessão de ontem entre as que integram o PSI, o principal índice da Euronext Lisbon, ganhando 5,99%, para 31,34 cêntimos, com o volume de transações a aumentar 85%, face á média dos últimos seis meses, para 146,6 milhões de títulos.
Vitor Madeira, analista da corretora XTB, diz ao JE que o aumento do número de transações indicia que terá havido entrada de investidores institucionais no papel.
Esta evolução regista-se no dia em que o CEO do Millennium BCP, Miguel Maya, reafirmou que o banco pretende distribuir, pelo menos, metade dos resultados líquidos. “A partir deste ano, o BCP terá uma política de dividendos muito mais expressiva, prevendo um dividend payout igual ou superior a 50%”, disse Maya, esta quinta-feira, na conferência Millennium Talks, reafirmando o que já tinha dito na apresentação dos resultados anuais.
O ano passado foi apelidado de “ano de viragem” do BCP, e para trás fica a “prudência” na política de dividendos, uma vez que a prioridade era proteger o capital.
Vítor Madeira regista que a banca esteve em alta nos mercados, depois dos “resultados positivos” registados por bancos norte-americanos, que contribuíram para um sentimento positivo. Mas sublinha que “a reação do BCP é mais forte do que a de todos os outros bancos”.
O analista assinala, ainda, a possibilidade de a tendência se manter. “Em termos técnicos, está a tentar quebrar a resistência na zona dos 31,5 cêntimos e, caso haja um rompimento em alta do preço, começa a haver uma probabilidade muito alta de atingir os 33 ou 33,5 cêntimos”. Este é um patamar que os títulos rondaram a 4 e 5 de dezembro, acabando depois por cair e, desde então, não mais se aproximaram. Um sinal relevante é o facto de os títulos terem encerrado perto do “máximo do dia” e, nesse sentido, “a probabilidade de subir é mais alta do que a probabilidade de descer” na sessão de hoje, aponta Madeira.