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Arranca venda do Fomento Angola. Estará cotado no fim do mês

Ações do banco angolano serão vendidas a um preço mínimo de 41.500 kwanzas (38,4 euros) por ação. Entrada oficial na BODIVAacontece no dia 30 de setembro.

É a maior operação de sempre da bolsa de Luanda e arranca esta sexta-feira, dia 5 de setembro. A oferta pública inicial (IPO) do Banco de Fomento Angola (BFA), uma das peças do Programa de Privatizações do Governo de Angola (PROPRIV), coloca no mercado mais de 4,4 milhões de ações do banco, correspondentes a 29,75% do capital social. O processo tem início pelas 9h00 desta sexta-feira, prolongando-se até ao dia 25 de setembro, com a admissão à negociação das ações na BODIVA prevista para o dia 30 de setembro.
No roadshow de lançamento da Oferta Pública de Venda (OPV) do BFA, que decorreu no dia 4, véspera do início do período de subscrição, Álvaro Fernão, presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), diz que a dispersão do capital em bolsa “é um sinal claro de que Angola está a dinamizar o mercado de capitais, transferindo propriedade, gerando liquidez e ampliando a base de investidores”.
“Este lançamento também espelha algo ainda mais profundo: a confiança no ambiente de negócios angolano. O Executivo tem desenvolvido reformas estruturantes — no acesso ao crédito, na protecção de investidores minoritários, na execução de contratos e na abertura de empresas, sinalizando assim, a selecção do Banco Mundial para Angola integrar o Projecto-Piloto de Avaliação do Ambiente de Negócios”, afirmou o mesmo responsável, durante o evento que decorreu no Hotel InterContinental Luanda Miramar.
Seguindo o mecanismo Tag-Along, o Estado angolano, através da Unitel, privatiza 15% da sua participação maioritária de 51,9%, acompanhado pelo Grupo BPI, que vende 14,75% da participação de 48,1%. As ações do banco angolano serão vendidas a um preço mínimo de 41.500 kwanzas (38,4 euros por ação) e um valor máximo de 49.500 kwanzas (45,84 euros). Quanto à quantidade de subscrição, o mínimo são cinco ações, com um limite de 1.499.999 ações.
Durante o lançamento da OPV do banco, o presidente do IGAPE defendeu que o processo “vai muito além da transação em mercado de capitais”. “Materializa os valores que norteiam o PROPRIV, isto é, a transparência, a equidade e a livre concorrência, reforçando o compromisso do Executivo angolano em promover um crescimento económico sustentável, criando oportunidades de investimento tanto para pequenos subscritores como para investidores institucionais”.
Segundo Álvaro Fernão, o BFA - “um principais e mais proeminentes players do sistema financeiro angolano” - tem sido “durante décadas um parceiro valioso no fomento do crescimento de Angola”. Assim, continuou, “a decisão de privatizar parte das acções do banco não representam um sinal de desinvestimento, mas de facto, um voto de confiança no potencial do Banco e na sua capacidade de prosperar em um mercado ascendente, competitivo e aberto”.
Angola, acionista maioritário do BFA, deverá arrecadar entre 93,4 mil milhões de kwanzas (87,3 milhões de euros) e 111,4 mil milhões de kwanzas (104,2 milhões de euros) com a venda de 15% da sua participação no banco. Quanto ao BPI, o grupo bancário português deverá ganhar entre 91,8 mil milhões de kwanzas (85, 8 milhões de euros) e 109,5 mil milhões de kwanzas (102, 4 milhões de euros). 1% das ações do Estado está reservado aos trabalhadores da instituição, correspondente a 150 mil ações, com o lote de aquisição preferencial para trabalhadores a ser completado com mais 1% do Grupo BPI.
Ao Jornal Económico (JE), fonte do BFA Capital Markets assinalou que, “durante a fase de preparação da Oferta, observou-se uma dinâmica de mercado bastante positiva, acompanhada por um elevado nível de interesse por parte dos investidores”. “Com base neste cenário, esperamos que os primeiros dias de negociação sejam ativos, marcados por um volume de transação que irá espelhar a importância estratégica desta operação para o mercado de capitais angolano”, acrescentou.
Questionado sobre as exigências que uma operação desta dimensão implicam, a mesma fonte fala num “nível de rigor, coordenação e compromisso excepcionais”. “As nossas equipas, em conjunto com os nossos parceiros, têm demonstrado uma dedicação total para garantir que todos os aspectos do processo decorram com a máxima eficiência e transparência, assegurando o sucesso de um marco histórico para o nosso mercado”, finalizou.
O banco angolano vai para a bolsa com um intervalo de preços entre 41.500 kwanzas (38,4 euros por ação) e 49.500 kwanzas (45,84 euros). Quanto à quantidade de subscrição, o mínimo são cinco ações, com o máximo a tocar nas 1.499.999 ações. O período da oferta tem início às 9h00 do dia 5 de setembro, terminando às 15h00 de dia 25.
A Oferta Pública de Venda do BFA, cujo registo e respetivo prospeto foram aprovados pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC) no passado dia 15 de agosto, diz respeito a 4.462.500 ações ordinárias, com um valor nominal unitário de seis mil kwanzas, que representam 29,75% do capital social e dos direitos de voto do BFA.
A sessão especial de bolsa para apuramento dos resultados da oferta do BFA está agendada para o dia 26 de setembro, dia em que está prevista, também, a fixação do preço unitário final.

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